Líderes colombianos e os principais grupos rebeldes do país afirmaram que o acontecimento não afetará o processo de paz.
A explosão aconteceu em um banheiro feminino do "Centro Comercial Andino", um shopping de Bogotá, e deixou três mortos: dois colombianos e uma francesa. Há, ainda, nove pessoas feridas.
As autoridades — que consideram o caso terrorismo — estão investigando quem é o responsável pelo ataque. Estão sendo consideradas "três hipóteses concretas", mas nenhuma delas foi divulgada até o momento. Há uma recompensa de cerca de US$ 33 mil para quem fornecer informações sobre os possíveis responsáveis.
A explosão ocorre em um momento delicado para o histórico processo de paz da Colômbia já que as FARC devem completar a entrega de suas armas até terça-feira.
O segundo maior grupo guerrilheiro do país, o Exército de Libertação Nacional (ELN), ainda está em negociações com o governo para abandonar a opção militar.
O presidente Juan Manuel Santos chamou o incidente de um ataque terrorista.
"Aqueles que quiserem impedir este acordo de paz não terão sucesso", afirmou Santos, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2016.
Tanto as FARC quanto o ELN condenaram o ataque.
"Compartilhamos a dor e nos solidarizamos com as vítimas", escreveu a ELN em seu Twitter. "O estado deve investigar minuciosamente para identificar os responsáveis".
O líder das FARC, Rodrigo Londono, conhecido como Timoshenko, também engrossou o coro.
"Este ato só pode vir daqueles que querem fechar as estradas de paz e reconciliação", escreveu em seu Twitter.
A explosão foi o segundo grande ataque deste ano na capital colombiana. Em fevereiro, o ELN reivindicou a responsabilidade de uma explosão que deixou um policial morto e 20 pessoas feridas.
As origens da violência
O analista Victor de Currea-Logo da Universidade Nacional da Colômbia afirmou que considera improvável que as FARC ou o ELN sejam responsáveis pelo ataque em Bogotá. Há, todavia, um segmento que já esteve envolvido em ações semelhantes.
"Existem alguns grupos paramilitares de extrema direita que foram responsáveis por matar líderes civis e por ações contra o esforço de paz", disse à agência AFP.
Ações para impedir o processo de paz enfrentarão resistência já que a população apoia a solução, afirmou Currea-Logo.