Esta informação foi revelada pelo serviço de imprensa da Universidade Queen Mary de Londres.
"A procura de análogos da Terra é em si muito interessante para nós, e queremos usá-lo para mostrar ao público como funciona a ciência e atrair voluntários para analisar os dados", disse Guillem Anglada-Escude da Universidade Queen Mary de Londres.
Um ano atrás, Anglada-Escude e seus colegas se tornaram os descobridores de um fenômeno surpreendente – eles conseguiram encontrar um pequeno planeta semelhante à Terra orbitando a estrela Proxima Centauri.
Inicialmente, os cientistas pensavam que Proxima b era o planeta mais próximo de nós com uma superfície rochosa e que era o mais semelhante à Terra. Hoje, muitos cientistas acreditam que a vida nele não é possível por causa da natureza instável desta anã vermelha: na sua superfície surgem constantemente deflagrações capazes de "arrancar" a atmosfera ao planeta.
Para procurar esses planetas, os cientistas criaram o projeto Pale Red Dot, chamado assim por analogia com o nome de uma foto da Terra, obtida pela sonda Voyager 1 em 1990 à distância de 6 biliões km, e que foi chamada pelo astrônomo Carl Sagan de "ponto azul pálido".
No âmbito deste projeto, Anglada-Escude e seus colegas vão observar as estrelas durante 90 dias utilizando o instrumento HARPS instalado no telescópio de 3,6 metros do Observatório de La Silla, no Chile. Este dispositivo, de acordo com os cientistas, é capaz de registrar as menores "vibrações" nas posições das estrelas que representam resultados de suas interações gravitacionais com planetas.
Se os cientistas conseguirem descobrir novos planetas, os dados sobre suas propriedades e possível habitabilidade podem ajudar a entender onde e como devemos buscar gêmeos da Terra e se estes planetas próximos das anãs vermelhas podem ser o principal abrigo de vida racional ou irracional.