Em uma das plantas nucleares da empresa, 10 jovens participaram em busca de uma vaga para um estágio de 14 dias.
Para isso, elas tiveram as suas fotos publicadas nas redes sociais do grupo CEZ, responsável pela usina – e pelo concurso polêmico. A empresa pedia ainda a opinião dos internautas sobre as candidatas.
A sessão de fotos com as moças, realizada em uma das torres de refrigeração da usina de Temelin – que estava fechada para manutenção –, chegou a ser filmado por um canal de televisão.
Entretanto, as críticas foram muitas à ideia.
“A competição está absolutamente fora dos limites da ética. Em 2017, acho incrível que alguém possa obter uma vantagem profissional pela boa aparência”, disse Petra Havlíková, advogada da ONG de direitos humanos Nesehnutí e conselheira de igualdade de oportunidades, ao site Aktualne.cz.
“Tire a sua roupa você ganha um estágio — isso não pode ser sério, é degradante, nojento e primitivo”, comentou um internauta. “Conhecimento obviamente não importa”, observou outro usuário.
Diante da repercussão do concurso e o seu caráter misógino, o grupo CEZ acabou por se desculpar.
“O objetivo da concorrência era promover a educação técnica, mas a visão original gerou dúvidas ou inquietação. Sentimos muito”, informou a empresa, que disse ter oferecido posições de estágio a todas as participantes.
A ideia dos tchecos, porém, não é a primeira do gênero.
A Rússia costumava sediar um concurso de beleza anual aberto a mulheres que trabalhavam em indústrias nucleares ou estudavam assuntos relacionados à energia nuclear na Rússia e países da ex-URSS. Mulheres de 18 a 45 anos posavam em frente a uma usina de energia nuclear.
E não é só: o inventor do biquíni, um francês, o nomeou após o Atol de Bikini, local no Pacífico em que se realizaram testes experimentais com a bomba atômica em 1946, pudesse criar uma “explosiva reação comercial e cultural”, como a nova bomba atômica.