Em um editorial publicado pela agência estatal norte-coreana KCNA, o regime de Kim Jong-un elevou o tom contra Trump, criticando as suas políticas e comparando-as ao “Nazismo do Século 21”.
“O princípio norte-americano do ‘América primeiro’ defende a dominação do mundo recorrendo a meios militares, tal como foi o caso do conceito de ocupação mundial de Hitler”, pondera o texto da KCNA, em uma menção ao jargão compartilhado por Trump, que prometeu priorizar os interesses dos EUA acima de todos os demais países da comunidade internacional.
Além disso, o texto afirma que Trump está “seguindo a política ditatorial de Hitler” para dividir os outros em duas categorias, “amigos e inimigos”, para então justificar a “supressão”.
Uma semana após chamar o presidente dos EUA de “lunático”, Pyongyang subiu o tom para níveis incomuns até mesmo na retórica norte-coreana, que comumente carrega os seus comunicados com muitos adjetivos pouco elogiosos aos seus inimigos.
E as comparações com o Führer não acabaram aí. A KCNA trouxe ainda, em seu texto, uma crítica à insistência dos EUA em aplicar novas sanções contra o país asiático, o que estaria causando problemas sociais e humanitários.
“[É] um ato antiético e desproporcional, muito superior ao grau de bloqueio de Hitler em Leningrado”, diz a publicação, referindo-se ao cerco de quase 900 dias vividos pela então cidade soviética (atual São Petersburgo) durante a Segunda Guerra Mundial, que matou milhões de pessoas.
“O modo Trump de pensar que todo o mundo pode ser sacrificado apenas para uma melhor vida dos EUA, colocou até mesmo seus aliados e aliados em um lindo embaraço”, concluiu a KCNA.
O forte discurso contrário a Trump por parte da Coreia do Norte vem às vésperas do encontro entre o presidente dos EUA e o presidente sul-coreano Moon Jae-in, nesta semana, em Washington. Há a expectativa que os dois aliados definam novas medidas para lidar com Pyongyang e o seu programa nuclear.