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Qual o peso da crise brasileira na ida de Temer ao G20?

© REUTERS / PAULO WHITAKERPresidente do Brasil, Michel Temer chega ao aeroporto de Chapecó
Presidente do Brasil, Michel Temer chega ao aeroporto de Chapecó - Sputnik Brasil
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O presidente Michel Temer viajou nesta quinta-feira para a Alemanha para participar do encontro do G20 em meio à maior crise do seu governo. O cientista político Paulo Velasco conversou com a Sputnik Brasil e fez um balanço do que a viagem representa para o prestígio brasileiro no cenário internacional.

Na semana passada, chegou a ser anunciado que o presidente Michel Temer não iria ao G20, mas, diante da repercussão negativa que a notícia causou, o governo reavaliou e confirmou a viagem.

Em entrevista à Sputnik Brasil o cientista político e professor de Relações Internacionais do IUPERJ e da UERJ, Paulo Velasco, avaliou positivamente a decisão de Temer de ir ao G20, apesar da crise brasileira carregar certo constrangimento no cenário internacional. 

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"Sem dúvida, a situação doméstica, a profunda instabilidade e a incerteza institucional que vivemos no Brasil nos últimos meses atrapalham uma maior projeção do país na cena internacional. Então há esse fator de constrangimento", disse o cientista político.

Velasco, no entanto, observa que uma ausência do presidente seria ainda mais prejudicial para a imagem brasileira. 

Segundo ele, "a ausência do presidente Temer seria muito ruim, muito negativa, tendo em vista, inclusive, que o Brasil foi um dos países que mais contribuiu para esse protagonismo do G20 no final da década passada".

"Por mais que haja uma crise severa no âmbito doméstico, por mais que o governo esteja se concentrando no combate às denúncias de corrupção, tentando inclusive se manter no poder, a ausência brasileira seria muito negativa para a comunidade internacional e acentuaria a posição de que algo muito sério está ocorrendo no país", argumentou. 

Além disso, foi noticiado na última quarta-feira que os EUA estariam resistentes à expansão da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), frustrando, portanto, os planos do Brasil de aderir ao órgão. De acordo com reportagem publicada pelo Valor Econômico, auxiliares do presidente teriam aconselhado Temer a abordar o assunto com Trump durante o G20. No entanto, é improvável que o Brasil alcance alguma vantagem neste aspecto, visto que os EUA já teriam demonstrado uma recusa em ampliar irrestritamente o bloco, fora que outros cinco países — Argentina, Peru, Croácia, Romênia e Bulgária — também estariam na fila para entra na organização.

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"A cúpula do G20 não está voltada para o fechamento de acordos entre os países […] dificilmente poderemos ver o Brasil costurar algum tipo de acordo mais específico em termos bilaterais, mas a cúpula não é feita pra isso", observou Paulo Velasco.

Ao comentar os riscos que o presidente Michel Temer corre em sair em fazer uma viagem internacional em meio à discussão na Câmara dos deputados sobre a admissibilidade do processo em que ele é acusado de corrupção, Velasco afirma que ele certamente está "amarrando" apoio com parlamentares para sua permanência no governo, portanto a ausência de Temer do país não teria motivos para enfraquecer a sua base aliada. 

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