A razão disso é que o centro do buraco negro da NGC 5195 está sofrendo de "indigestão especial" ao "vomitar" parte da matéria capturada em sua gravidade a alta velocidade. Buracos negros supermaciços estão quase sempre rodeados pelo que se chama o disco de acreção: uma nuvem ou matéria presa em sua órbita, sendo puxado lentamente.
Porém, como a 5195 está fundindo com a Galáxia do Rodamoinho, a cada centena de milhões de anos o buraco negro ultrapassa a galáxia vizinha e suga um volume gigantesco de matéria. Este volume é tão grande que até o monstruoso buraco negro supermaciço não consegue lidar com ele. Quando a matéria aflui ao buraco negro, parte da matéria da estrela e da interestrelar colide uma com a outra. Isso provoca uma onda de choque e o buraco negro põe para fora a matéria acumulada a uma velocidade incrível.
A nova teoria, de acordo com o encarregado do estudo, Hayden Rampadarath, explica de modo simples os fenômenos detectados antes. Por exemplo, o observatório de raios X Chandra tinha observado arcos de raios X de grande escala, emitidos do buraco negro, enquanto o telescópio Hubble observou um nível extremamente elevado de estrelas novas, que estão se formando na 5195 e na Galáxia do Rodamoinho.
"Os arcos na NG 5195 têm 1 a 2 milhões de anos", escreve Rampadarath. "Para ter uma ideia, os primeiros traços da matéria foram expulsos do buraco negro quando nossos antepassados estavam aprendendo a fazer fogo. O fato de podermos observar este evento agora através de várias ferramentas astronômicas é muito notável", disse o cientista, de acordo com o portal da Real Sociedade Astronômica (Royal Astronomical Society, em inglês).