Após o lançamento de um míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês), autoridades norte-americanas e sul-coreanas destacaram que Pyongyang ameaça, a cada novo teste militar, o armistício que já dura 64 anos na Península Coreana.
“O autocontrole, que é uma escolha, é tudo o que separa o armistício e a guerra”, avaliou Brooks, comandante da Coreia das Forças dos EUA e do Comando das Forças Combinadas dos aliados, em uma declaração conjunta com o general sul-coreano Lee Sun-jin, presidente do Estado-Maior Conjunto do Sul.
Um dia depois do lançamento do míssil norte-coreano Hwasong-14, as forças militares dos EUA e da Coreia do Sul realizaram exercícios conjuntos com testes balísticos, no que Brooks chamou de “mostra de força” ao governo norte-coreano. Pyongyang condenou a atividade.
“Podemos mudar nossa escolha quando assim ordenado pelos líderes nacionais da nossa aliança. Seria um erro grave para alguém acreditar em qualquer coisa em contrário”, complementou o general sul-coreano Lee Sun-jin, em tom de alerta direcionado ao regime de Kim Jong-un.
O fim dos exercícios militares conjuntos entre EUA e Coreia do Sul são uma das demandas colocadas pela Coreia do Norte para abrir um canal de diálogo com Washington e Seul. Já os dois países aliados exigem o congelamento dos programas militar e nuclear de Pyongyang antes de qualquer possibilidade de negociação.
O armistício (que é uma trégua, não um acordo de paz) entre as duas Coreias foi acertado em 1953, após três anos de guerra entre os dois países, com um saldo de quase 120 mil mortos, de acordo com a ONU. Todavia, as estimativas mais recentes apontam para mais de 1,6 milhão de mortos no conflito.