Lua de mel acabou? EUA e China evidenciam cada vez mais esfriamento nas relações

© AP Photo / Alex BrandonEncontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder da China, Xi Jinping em Mar-a-Lago, Palm Beach, Flórida, 6 de abril de 2017
Encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder da China, Xi Jinping em Mar-a-Lago, Palm Beach, Flórida, 6 de abril de 2017 - Sputnik Brasil
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Nas vésperas da cúpula do G20 se está produzindo um claro esfriamento das relações entre a China e os EUA. As divergências no âmbito dos interesses nacionais de ambas as potências têm, afinal, prevalecido sobre a química pessoal entre seus líderes.

Os especialistas concordam que, depois de uma curta e inesperada lua de mel nas relações das maiores economias do mundo, se aproxima um período de tensões, posto que Trump e Xi Jinping não conseguiram alcançar nenhum acordo para frear as ações do líder norte-coreano, Kim Jong-un, assinala a edição The Guardian um dia antes do início da cúpula.

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Menos de três meses acabaram por ser suficientes para que os líderes da China e dos EUA chegassem a compreender a impossibilidade do seu romance. O lançamento de um míssil balístico, qualificado por Pyongyang como "uma prenda para os bastardos dos EUA", por ocasião da festa nacional americana em 4 de julho não podia contribuir para a melhora das relações entre as duas potências.

A Casa Branca parece ter sido quem tomou a iniciativa da ruptura. Justamente quando se completa o 20º aniversário da transferência da soberania de Hong Kong do Reino Unido à República Popular da China e durante o primeiro dia da visita de Xi à região de Hong Kong, os americanos decidiram aplicar sanções contra dois profissionais do setor financeiro chinês e à organização Bank of Dandong, que colabora com a Coreia do Norte e permite a Pyongyang obter divisas estrangeiras.

Além disso, os EUA concretizaram a venda de uma nova remessa de armas e equipamento militar no valor de US$ 1,4 bilhões de dólares a Taiwan.

"Bank of Dandong é uma janela da Coreia do Norte para o mundo financeiro, através da qual o país tem acesso ao sistema financeiro internacional e ao sistema financeiro dos EUA. Esta instituição bancária transferiu milhões de dólares às empresas que se encarregam do programa nuclear e balístico norte-coreano", assegurou o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin.

Entretanto, o político evitou qualificar as sanções dos EUA contra o banco chinês como um ato de vingança contra Pequim que, após ter prometido que empreenderia ações contra a Coreia do Norte, não cumpriu sua palavra.

Não obstante, nas vésperas do G20, Trump segue se mostrando otimista quanto à possível colaboração com a China. O líder dos EUA tweetou, por exemplo: "Pode ser que a China aplique uma mão dura contra a Coreia do Norte e ponha fim a este absurdo de uma vez por todas!"

​Bill Bishop, especialista em assuntos relacionados com a China, acredita que o descontentamento dos EUA para com o governo chinês nasce da evidente falta de vontade da potência asiática na hora de fazer concessões no que se trata das relações comerciais e à Coreia do Norte.

"A lua de mel acabou", sublinhou Bishop. "É necessário precisar que não se tratará de uma lua de mel com um final feliz e que ‘os esposos' dormirão em camas separadas", gracejou.

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