Canadense preso em Guantánamo aos 15 anos receberá indenização de US$ 8 milhões

© YouTube/The NationalFormer Gitmo Detainee Omar Khadr Speaks After Release From Canadian Jail
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O canadense Omar Khadr confessou ter matado o soldado dos EUA Christopher Speer no Afeganistão, em 2002. Na época do crime, Khadr tinha 15 anos. Ele passou uma década na prisão de Guantánamo, em Cuba, que é mantida por Washington. Agora, a justiça canadense decidiu pagar uma indenização US$ 8 milhões para Khadr.

"Esperamos que essa expressão, e o acordo negociado com o Governo, o ajudem em seus esforços para iniciar um novo e esperançoso capítulo em sua vida com seus colegas canadenses", afirmaram as autoridades locais em comunicado conjunto.

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Em 2013, Khadr apresentou uma ação judicial de US$ 15,5 milhões contra o Governo canadense por uma suposta conspiração para abusar de seus direitos em parceria com os EUA na prisão de Guantánamo. Khadr afirmou que apenas confessou o crime porque era a única maneira de escapar da tortura que estava sofrendo.

A Suprema Corte canadense decidiu em 2010 que Khadr foi interrogado em "circunstâncias opressivas" e que o Governo era cúmplice desses abusos durante sua detenção.

Afeganistão

O pai de Khadr, Ahmed, levou sua família com ele para o Afeganistão em 1996, quando Omar tinha 10 anos. No início de 2002, Khadr tornou-se filiado ao líder sênior da Al-Qaeda no país, Abu Laith al-Libi. Em agosto do mesmo ano, Khadr, com 15 anos de idade, esteve envolvido em um tiroteio contra quatro soldados estadunidenses. O sargento Christopher Speer ficou ferido na ocasião e morreu duas semanas depois.

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Khadr foi acusado de arremesar a granada que feriu Speer e foi transferido para Guantánamo em outubro de 2002 e julgado como um combatente adulto pelas autoridades dos EUA. Como era o prisioneiro mais jovem do local e cidadão do Canadá, seu caso recebeu cobertura internacional.

Em 2010, após oito anos de confinamento, o então já ajulto Khadr declarou-se culpado de crimes de guerra e foi condenado a mais oito anos de prisão. Ele foi transferido para o Canadá dois anos depois de sua sentença e serviu mais dois anos e meio em uma prisão de segurança máxima local. Ele foi libertado sob fiança em maio de 2015.

"Eu tenho muita experiência com dor e aprecio a dor", disse Khadr à imprensa canadense. "Com o meu passado, não sei quem vai se sentir confortável em me contratar."

O assunto divide o Canadá. Andrew Scheer, líder da oposição conservadora no Parlamento, chamou a decisão de "nojenta" e uma "bofetada na cara". O grupo Federação Canadense dos Contribuintes organizou uma petição com mais de 50.000 assinaturas contra o pagamento de qualquer valor ao ex-preso de Guantánamo.

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