Uma multidão de apoiadores acenou para López, que deixou a prisão militar de Ramo Verde e, após chegar em sua casa, acenou para os presentes com uma bandeira da Venezuela em uma das mãos. Aos 46 anos, ele pediu que a militância mantenha os protestos contra o governo Maduro, em uma crise que já deixou pelo menos 90 mortos.
“Se continuar a minha luta pela liberdade significa correr o risco de voltar a uma cela de Ramo Verde, eu fico mais do que feliz de aceitar”, declarou em uma mensagem lida por Freddy Guevara, o número dois no partido de López.
“Hoje sou um prisioneiro em minha própria casa, mas assim está a população venezuelana. O que me mantém nos dias mais difíceis é saber que qualquer sofrimento que eu tenha tido não foi nada comparado com o nosso povo”, continuou López, que recebeu apoio de vários países da comunidade internacional, incluindo o atual governo brasileiro.
Condenado a uma pena de 14 anos, López se viu libertado “por questões de saúde˜, segundo a Suprema Corte, no que está sendo interpretado como uma das poucas concessões de Maduro ao longo da atual crise vivida pela Venezuela. Embora a decisão tenha recebido alguns elogios no exterior, a oposição dentro do país acredita que o governo está se enfraquecendo, e a libertação de López – um possível presidenciável no futuro – é uma prova disso.
Os embates entre Maduro e López não devem acabar aqui. O presidente venezuelano já chamou o adversário de terrorista que tentou um golpe de Estado por meio da violência. Apoiadores do governo relembram ainda a participação de López no golpe fracassado de 2002, contra o então presidente Hugo Chávez.
As tensões devem continuar ao longo deste mês, uma vez que a polêmica Assembleia Constituinte convocada por Maduro está marcada para o dia 30 de julho. A oposição diz que a proposta é uma forma do presidente se manter no poder, contra a vontade popular.