Após 3 anos preso, principal opositor de Maduro pede que protestos continuem na Venezuela

© AFP 2023 / Federico ParraOpositor de Nicolás Maduro, Leopoldo López foi ovacionado pelos seus apoiadores após ser libertado em Caracas, na Venezuela
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Conhecido pela sua forte oposição ao presidente Venezuela Nicolás Maduro, Leopoldo López foi libertado neste sábado em Caracas, capital do país, após passar três anos atrás das grades. Feliz ao reencontrar a família e partir para a prisão domiciliar, ele pediu pela continuidade dos protestos nas ruas, que já duram mais de três meses.

Uma multidão de apoiadores acenou para López, que deixou a prisão militar de Ramo Verde e, após chegar em sua casa, acenou para os presentes com uma bandeira da Venezuela em uma das mãos. Aos 46 anos, ele pediu que a militância mantenha os protestos contra o governo Maduro, em uma crise que já deixou pelo menos 90 mortos.

“Se continuar a minha luta pela liberdade significa correr o risco de voltar a uma cela de Ramo Verde, eu fico mais do que feliz de aceitar”, declarou em uma mensagem lida por Freddy Guevara, o número dois no partido de López.

“Hoje sou um prisioneiro em minha própria casa, mas assim está a população venezuelana. O que me mantém nos dias mais difíceis é saber que qualquer sofrimento que eu tenha tido não foi nada comparado com o nosso povo”, continuou López, que recebeu apoio de vários países da comunidade internacional, incluindo o atual governo brasileiro.

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Condenado a uma pena de 14 anos, López se viu libertado “por questões de saúde˜, segundo a Suprema Corte, no que está sendo interpretado como uma das poucas concessões de Maduro ao longo da atual crise vivida pela Venezuela. Embora a decisão tenha recebido alguns elogios no exterior, a oposição dentro do país acredita que o governo está se enfraquecendo, e a libertação de López – um possível presidenciável no futuro – é uma prova disso.

Os embates entre Maduro e López não devem acabar aqui. O presidente venezuelano já chamou o adversário de terrorista que tentou um golpe de Estado por meio da violência. Apoiadores do governo relembram ainda a participação de López no golpe fracassado de 2002, contra o então presidente Hugo Chávez.

As tensões devem continuar ao longo deste mês, uma vez que a polêmica Assembleia Constituinte convocada por Maduro está marcada para o dia 30 de julho. A oposição diz que a proposta é uma forma do presidente se manter no poder, contra a vontade popular.

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