A cooperativa existe há nove anos e protege 7,2 mil hectares de floresta às margens do rio Juruena de invasões e desmatamento, coletando e processando castanha-do-brasil retirada da floresta com certificação orgânica internacional.
O Engenheiro agrônomo e Coordenador da Rede Sentinelas da Floresta, Paulo César Nunes, conversou com exclusividade com a Sputnik Brasil e explicou como é realizado trabalho na cooperativa a ponto de atrair investimentos estrangeiros.
"Nosso trabalho aqui é feito com o objetivo da valorização da floresta em pé. Então uma das principais cadeias de valor que nós estamos mais fortemente atuando é a da castanha do Brasil. Essa amêndoa é processada por uma organização de agricultores familiares, que é uma cooperativa, porém ela vem de um grupo de terras indígenas que envolve uma região com mais de 875 mil hectares de floresta amazônica", explicou o engenheiro agrônomo.
"São mais de 300 famílias que estão trabalhando dentro da floresta no extrativismo da castanha do Brasil, e que pelo valor agregado que esse produto alcançou, através desse beneficiamento, têm pessoas que alcançam hoje uma renda de um salário mínimo por dia através do extrativismo", acrescentou.
A Rede Sentinelas da Floresta surgiu em 2012 e reúne quatro associações indígenas (Cinta Larga, Kayabi, Apiaká e Munduruku), a Coopavam e a Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia, do Vale do Amanhecer com o objetivo de fortalecer a cadeia de valor da castanha, melhorando a renda das populações locais e valorizando a floresta em pé.
O coordenador da Rede Sentinelas da Floresta também comentou como foi o interesse manifestado no projeto pelo governo alemão.
"O governo do estado do Mato Grosso selecionou 207 experiências que foram profundamente analisadas com todos os critérios pra que seja feito um investimento deste porte. Dentro destas 207 experiências foram selecionadas 11, e dessas 11 nós ficamos em 1º lugar pra servir como uma primeira vitrine de apresentação do governo para os investidores", observou Paulo César Nunes.
De acordo com ele, esse recurso de 17 milhões de euros erá distribuído em vários empreendimentos.
"Nós vamos participar como uma parte deste recurso que vem pra premiar, pra pagar, as pessoas que estão cuidando da floresta (…) A ideia é justamente favorecer, apoiar, ajudar as pessoas que já estão fazendo um trabalho de conter o desmatamento na Amazônia", destacou.
Segundo o coordenador do projeto, isso só é possível "se nós soubermos valorizar os produtos que estão na floresta".