Após de 100 dias de violentos protestos, a oposição ao governo da Venezuela anunciou mais uma vez uma ofensiva final contra o presidente do país, Nicolás Maduro.
Nesta segunda-feira, o partido de extrema direita, Vontade Popular, convocou um "trancaço", com objetivo de paralisar as principais ruas e estradas do país.
Durante o dia, pelo menos 9 militares da Guarda Nacional Bolivariana ficaram feridos, 7 deles, inclusive, foram atingidos por uma explosão detonada a distância.
A oposição continua defendendo a convocação para um referendo ilegal contra o presidente Maduro e ameaça impedir a eleição da Assembleia Nacional Constituinte, explicou o especialista em relações internacionais Basem Tajeldine. Segundo ele, a escalada da violência da oposição na Venezuela lembra os episódios ocorridos antes do golpe de Estado na Ucrânia, em 2014.
"No país, pouco a pouco, foram aumentando as ações violentas. Em um certo momento, o presidente ucraniano precisou ceder. O cenário atual na Venezuela lembra muito aquilo que estava acontecendo na Ucrânia", disse o especialista à emissora russa RT.
O interlocutor do canal explicou que por anos a oposição "vem atuando junto a um setor da população, que hoje aceita a violência e a morte com completa naturalidade. É um setor que acredita de verdade estar lutando contra uma ditadura. Uma ditadura que não existe".
Segundo Tajeldine, o objetivo da violência da oposição seria criar um "governo de transição", tal como ocorreu em outros países, que prontamente "seria reconhecido pelos Estados Unidos".
A ex-deputada e atual candidata à Assembleia Nacional Constituinte, Aleydys "La Chiche" Manaure, concorda com o Tajeldine e afirmou que as manifestações não contam com apoio popular.
"A oposição não conta com uma base de apoio popular. As últimas pesquisas demonstram que quase 90% da população é contra os protestos violentos".
Manaure destacou que, por outro lado, os partidos da oposição "estão sendo pressionados por aqueles que coordenam essas ações violentas e que, em última instância, são os seus financiadores estrangeiros", conclui.