O trabalho, divulgado pela rede de TV CNN, mostra que o aumento dos níveis oceânicos é uma realidade e gráficos produzidos pelos cientistas exibem as altas históricas das marés para comprovar isso. É um claro alerta para quem vive em regiões costeiras dos EUA.
“Esta pesquisa aborda exatamente como o aumento do nível do mar está nos atingindo primeiro. O número de pessoas que experimentam inundações crônicas crescerá muito mais rapidamente do que o nível do mar em si”, afirmou à CNN Benjamin Strauss, vice-presidente de Nível do Mar e Impactos Climáticos na Central do Clima.
O levantamento produzido pelo grupo Union of Concerned Scientists (União dos Cientistas Interessados, em tradução livre) apresentou uma lista conservadora de cidades que tendem a ser vítimas do aumento do mar nas próximas décadas, em razão do aquecimento global e o degelo das calotas polares.
Ao considerar inundação como “a área não pantanosa é inundada pelo menos 26 vezes por ano ou o equivalente a uma inundação a cada duas semanas”, a entidade apresentou um cenário de risco para pelo menos 30 cidades com mais de 100 mil habitantes, em um cenário moderado.
O cálculo mais pessimista sobe o número para 50 cidades, incluindo cidades como Boston, Miami, Oakland e quatro dos cinco bairros de Nova York.
“Entre 165 e 180 comunidades [serão] inundadas cronicamente nos próximos 15 a 20 anos; Entre 270 e 360 em cerca de 40 anos, dependendo do ritmo do aumento do nível do mar; e 490 no final do século com um cenário moderado de aumento do nível do mar”, disse Erika Spanger-Seigfried, co-autora e analista sénior de clima da UCS.
“Com um cenário de aumento do nível do mar mais alto, esse número sobe para cerca de 670; Isto é cerca de metade de todas as comunidades à beira-mar”, emendou. “Este estudo destaca que é realmente importante para as pessoas entenderem. O aumento do nível do mar significa um crescimento acentuado das inundações costeiras. Na verdade, a maioria das enchentes costeiras de hoje já são conduzidas pelo aumento do nível do mar causado pelo homem”.
Os custos prometem ser astronômicos, caso as previsões do estudo se confirmem. E a decisão de Trump em retirar o país do acordo climático – defendido pelos cientistas responsáveis pelo levantamento – também não foi esquecida no trabalho.
“A manutenção do aquecimento entre 1,5 e 2 graus Celsius até o final do século poderia poupar entre cerca de 200 e 380 comunidades costeiras dos EUA, incluindo quase 50 cidades principais [vítimas] de inundações crônicas”, apresenta o estudo. Para Erika Spanger-Seigfried, é preciso que comunidades e o governo federal pensem a respeito e se adiantem ao problema que se desenha.