"Lembro-me como há meio ano a comunidade internacional, incluindo as mídias principais, discutiu se era admissível coreografar danças usando o tema do Holocausto. Tenho muita esperança que estas mesmas pessoas, que, de acordo com as suas palavras, não são indiferentes a uma relação cuidadosa com os eventos trágicos da história, avaliem a ação repugnante da OTAN. Espero que ninguém necessite ser lembrado sobre as execuções em massa de que participaram aqueles que depois começaram a se identificar como 'Irmãos da Floresta'", acrescentou Zakharova na sua página oficial no Facebook.
Antes, a OTAN publicou um vídeo de 8 minutos em que os "Irmãos da Floresta" são apresentados como heróis que se dedicavam exclusivamente à luta pela independência dos seus países da União Soviética e que eram largamente apoiados pela população civil que desejava a recuperação da soberania.
Os autores do vídeo acrescentam também que o espírito desse grupo vive nas atuais forças especiais dos três países do Báltico.
"A deturpação histórica, divulgada conscientemente pela OTAN para questionar os resultados do Julgamento de Nuremberg, deve ser impedida! Se hoje Bandera é um herói e os 'Irmãos da Floresta' são guerrilheiros que salvavam o Báltico, o que irá acontecer amanhã?", acrescentou Zakharova.
De acordo com o analista independente de questões de segurança global Igor Nikolaichuk, a OTAN elaborou uma nova arma de propaganda a partir de material que já não é atual mesmo nos países do Báltico.
MFA spox Zakharova: NATO video about fighters who fought on the Nazi side in the Baltic States disgusting and an attempt to revise history pic.twitter.com/UgnYwST4gi
— Russian Embassy, UK (@RussianEmbassy) 13 de julho de 2017
"A necessidade de uso do tema dos 'Irmãos da Floresta' já não existe nem nos próprios Países Bálticos, a questão já não é atual, as elites locais já não a discutem. O período mais ativo foi há 10 ou 15 anos. Agora a iniciativa não partiu dos países do Báltico, é a OTAN que precisa disso. A OTAN tem a ideia louca de defender o flanco báltico da 'agressão russa'. A OTAN tem que mostrar que a Rússia pretende alegadamente se comportar agressivamente com os países-membros da OTAN", acrescentou Igor Nikolaichuk ao serviço russo da rádio Sputnik.
Assim, de acordo com ele, a OTAN quer poder explicar a necessidade de reforço militar e dos exercícios constantes na região, e foi só por isso que a Aliança regressou a este tema dos "Irmãos da Floresta".