"Rejeitamos a manipulação do tema dos direitos humanos contra Cuba, que pode se orgulhar muito dessa área e não precisa receber lições dos Estados Unidos, de ninguém", afirmou Castro, segundo a agência Cubadebate.
Trump disse no mês passado que estava cancelando o "acordo terrível e equivocado" do ex-presidente Barack Obama com Cuba. Entretanto, muitos dos pontos acordados por Obama foram mantidos, como a embaixada dos EUA em Havana. Mas o republicano estabeleceu mais restrições aos estadunidenses que viajam para Cuba.
Castro afirmou que Havana permanece aberta para negociar assuntos de interesse bilateral com os Estados Unidos.
"Cuba e Estados Unidos podem cooperar e viver lado a lado, respeitando suas diferenças", disse ele. "Mas ninguém deve esperar que para isso acontecer, concessões inerentes à soberania e independência precisem ser feitas".
O recuo na normalização das relações com Washington ocorre quando Cuba já enfrenta uma grande variedade de desafios políticos e econômicos.
O mandato de Castro terá mais 7 meses, embora mesmo fora do cargo, ele continuará como chefe do Partido Comunista.
Sua geração, que governou Cuba desde a revolução de 1959, está morrendo.
Enquanto isso, a Venezuela, país mais próximo de Havana diplomaticamente, enfrenta uma profunda crise, com inflação de três dígitos e dezenas de mortos em protestos populares.
Castro reiterou solidariedade de Cuba com a Venezuela, dizendo que o país estava sofrendo uma "guerra não convencional imposta pelo imperialismo e os setores oligárquicos".
Apesar da menor transferência de petróleo da Venezuela, a economia cubana conseguiu crescer 1,1% na primeira metade do ano, superando a recessão de 2016, afirmou Castro.