EUA querem se igualar à Rússia e criar Corpo Espacial, mas Pentágono tem objeções

© AFP 2023 / DESHAKALYAN CHOWDHURYPilotos norte-americanos perto de aviões F-16 na base de Kalaikunda, Índia (foto de arquivo)
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A Câmara de Representantes do Congresso dos EUA aprovou o projeto de orçamento militar do país para o próximo ano fiscal, a partir de 1 de outubro de 2017, que ascende a mais de 7 bilhões de dólares (R$ 22,2 bilhões). O projeto também prevê a criação do chamado Corpo Espacial.

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Apesar de altos funcionários norte-americanos — entre eles o chefe do Pentágono, James Mattis, e a secretária da Força Aérea dos EUA, Heather Wilson — estarem contra a formação deste corpo militar, os congressistas dos EUA rejeitaram a alteração ao projeto apresentado pelo Departamento de Defesa que tinha como objetivo bloquear esta iniciativa, informou o jornal russo Vzglyad.

De acordo com o documento, o Corpo Espacial norte-americano deverá estar pronto até 1º de janeiro de 2019. Os autores do projeto, o republicano Mike Rogers e o democrata Jim Cooper, acreditam que os EUA devem tomar medidas para reforçar a segurança nacional no espaço, assim como "estabelecer as bases para proteger o espaço como um elemento-chave da segurança nacional".

O novo corpo terá como objetivo responder às ameaças no espaço e será formado por várias unidades que se dedicarão ao lançamento de foguetes, assim como às operações de inteligência através de imagens IMINT (sigla para imagery intelligence).

No entanto, porque será que este projeto não recebeu apoio do Departamento de Defesa? O chefe do Pentágono declarou que as Forças Armadas dos EUA já contam com unidades que se dedicam a este tipo de tarefas, qualificando como "prematura" a criação do Corpo Espacial. Segundo Mattis, isto levará a um "enfoque demasiado limitado das operações espaciais". Heather Wilson, por sua vez, recordou que, anteriormente, a Força Aérea já tinha proposto aumentar o financiamento dos programas espaciais, assim como reformar esta esfera, mas sem sucesso.

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Por sua parte, os congressistas norte-americanos afirmaram que, em alguns casos, o dinheiro destinado ao desenvolvimento dos programas espaciais acaba sendo gasto em outras necessidades da Força Aérea.

O ex-vice-comandante da Força Aérea da Rússia, Aitech Bizhev, disse ao Vzglyad que a criação do Corpo Espacial é uma ideia bastante lógica e tomada no momento adequado, pois permitirá economizar e controlar esta área de uma maneira mais eficaz. Por outro lado, indicou que a criação desta unidade complicará a estrutura das Forças Armadas dos EUA, além de aumentar a burocracia.

O especialista militar Viktor Murakhovsky, por sua vez, explicou à mídia que o Corpo não será capaz de funcionar sem ter uma infraestrutura terrestre, como sistemas de comunicação e de comando, que atualmente pertencem à Força Aérea dos EUA. Murakhovsky sugere que as ações do Congresso podem estar ligadas às atividades dos lobistas das corporações espaciais norte-americanas.

Apesar dos congressistas se referirem à experiência da Rússia, que já tem suas próprias Forças Espaciais, seria incorreto comparar a Força Aeroespacial da Rússia com o futuro Corpo Espacial dos EUA, pois a primeira estrutura foi formada como resultado da "fusão" entre a Força de Defesa Aeroespacial e a Força Aérea da Rússia.

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