O anúncio acontece um dia após Teerã lançar uma nova linha de mísseis e deve ser visto com ressalvas e preocupação pelos Estados Unidos.
De acordo com a agência estatal iraniana IRNA, o memorando foi assinado pelos ministros da Defesa dos dois países, o iraniano Hossein Dehghan e o iraquiano Erfan al-Hiyali. O acordo prevê ainda cooperação fronteiriça, de logística e de treinamentos militares.
“A extensão da cooperação e do intercâmbio de experiências na luta contra o terrorismo e o extremismo, a segurança nas fronteiras e o apoio educacional, logístico, técnico e militar estão entre as disposições deste memorando”, informou a agência IRNA após a assinatura do acordo em Teerã.
Os laços entre Irã e Iraque melhoraram desde que o inimigo do Irã, Saddam Hussein (protagonista no conflito entre os dois países, entre 1980 e 1988), foi derrubado em 2003 e um governo iraquiano liderado por muçulmanos xiitas chegou ao poder. O Irã é principalmente uma nação xiita.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou sua preocupação com o que ele vê como uma crescente influência iraniana em conflitos na Síria, no Iêmen e no Iraque, onde está alinhado com os lutadores xiitas.
As tensões entre o Irã e os Estados Unidos aumentaram desde a eleição de Trump, que muitas vezes acusou Teerã de apoiar grupos militantes e desestabilizar a região.
No início deste mês, Trump disse que novas ameaças emergiam de “regimes desonestos como a Coreia do Norte, Irã e Síria e os governos que os financiam e apoiam”.
O exército dos EUA acusou ainda o Irã de financiar a violência no Iraque, treinando e equipando milícias. O Irã negou as acusações, culpando a presença de tropas dos EUA pela violência.