O porta-aviões USS Gerald R. Ford foi entregue quase três anos depois do planejado, e ele precisa de uma grande quantidade de trabalho mesmo antes de ser capaz de passar por testes de alto mar.
"O USS Gerald R. Ford (CV 78) é o primeiro navio da nova classe de porta-aviões Gerald R. Ford, a primeira classe nova em mais de 40 anos", comunicou este sábado (22) a Marinha dos Estados Unidos.
O porta-aviões foi nomeado em homenagem ao 38º presidente dos Estados Unidos, um republicano que assumiu a Casa Branca em 1974, depois da renúncia de Richard Nixon relacionada com o escândalo de Watergate e que foi rejeitado pelos eleitores na primeira oportunidade, dois anos depois.
To every PATRIOT who will serve on the #USSGeraldRFord:
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 23 de julho de 2017
☑️Keep the watch🇺🇸
☑️Protect her🇺🇸
☑️Defend her🇺🇸
☑️LOVE HER🇺🇸
Good Luck & Godspeed! pic.twitter.com/shcz5GQkCh
Ford, que morreu em 2006, serviu na Marinha norte-americana durante a Segunda Guerra Mundial.
Mas o porta-aviões de 100.000 toneladas que carrega seu nome já foi atingido por vários problemas e entregue com muito atraso e com gastos superfaturados.
Até agora, seus custos chegam a US$ 12,9 bilhões (R$ 40,6 bilhões) – US$ 2,4 bilhões (R$ 7,5 bilhões)a mais do que a estimativa original – e o Gabinete Geral de Auditoria estimou outros US$ 780 milhões (R$ 2,4 bilhões) necessários para serem gastos antes de ele estar pronto para o serviço.
O Pentágono planeja construir mais dois porta-aviões da mesma classe Ford, o USS John F. Kennedy e o USS Enterprise, com um custo total de US$ 43 bilhões (R$ 135 bilhões).
.@POTUS commissions #USNavy's next-generation aircraft carrier, #USSGeraldRFord #CVN78 — https://t.co/K3Bo713hAo pic.twitter.com/ltiQ0GKWUf
— U.S. Navy (@USNavy) 23 de julho de 2017
A Marinha dos EUA está planejando ampliar sua frota de 276 para 350 navios depois de anos de cortes, e aumentar o número de porta-aviões à sua disposição de 10 para 12.
O Departamento de Defesa dos EUA diz que a classe Ford possui avanços significativos em comparação com seus antecessores, incluindo um sistema de lançamento eletromagnético de aeronaves, um dispositivo de trava avançado, um radar de banda dupla e sistemas de guerra integrados, de acordo com o comunicado.
Mas a sua introdução foi repleta de problemas técnicos.
O escritório de Prestação de Contas do Governo dos EUA disse que o USS Gerald R. Ford ainda tem "uma quantidade significativa de construção pendente, testes e ensaios de mar".
Ele afirmou que US$ 780 milhões (R$ 2,4 bilhões) vão ser gastos com correção de deficiências, condução de testes de impacto e aprestamento do navio, que foi construído por uma subsidiária naval da Northrop Grumman – a Huntington Ingalls Industries Inc, em Newport News, Virginia.
.@POTUS at the commissioning of the #USSGeraldRFord this morning. pic.twitter.com/W0QwU9GSDv
— A.G. Bill Schuette (@SchuetteOnDuty) 22 de julho de 2017
O Gerald R. Ford "ainda não completou sua certificação de navegação e inspeção de segurança cibernética", e não está em estado que permita que os aviões possam decolar ou aterrissar nele.
Os porta-aviões da classe Ford irão gradualmente substituir a classe de porta-aviões Nimitz.
O primeiro dessa classe foi o USS Nimitz, que foi construído em 1975 e nomeado em homenagem ao almirante do tempo da guerra, Chester Nimitz, e o último foi o USS George H. W. Bush, nomeado em homenagem a outro ex-presidente, e que foi lançado em 2009.
RT for our National Anthem at #USSGeraldRFord's commissioning ceremony! 🇺🇸 pic.twitter.com/LJp7IlAxxo
— U.S. Navy (@USNavy) 22 de julho de 2017
Em junho, Sam LaGrone, um editor de notícias do Instituto Naval dos Estados Unidos da América, que vem acompanhando o desenvolvimento do Ford durante vários anos, explicou que apesar de atrasos e custos excedentes, a embarcação marca, não obstante, uma atualização substancial da capacidade da Marinha dos EUA.
"A maior diferença entre as classes de porta-aviões Ford e Nimitz, da geração anterior, é a sua capacidade de lançar aviões", contou ele à Sputnik.
"Todo o porta-aviões é projetado em torno da ideia de que ele poderá lançar 30% mais aeronaves durante um determinado período do que a classe Nimitz. Esse é o tipo de ideia central por trás do Ford versus Nimitz", disse ele.