Qual é a arma nuclear mais mortal da Rússia?

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Os engenheiros russos trabalham para aperfeiçoar o míssil Sarmat, considerado hoje o mais avançado e potente. Está previsto que ele seja incorporado ao exército em 2020. O colunista da Sputnik Andrei Stanavov explica qual foi o caminho percorrido pela URSS e a Rússia no desenvolvimento das tecnologias de mísseis.

Em 24 de julho de 1954, foi aprovado o projeto da primeira versão de um míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês), o R-7, que abriu uma nova era de mísseis capazes de atingir qualquer parte do mundo. Durante os 60 anos seguintes, foram concebidas cinco gerações de mísseis balísticos intercontinentais soviéticos e russos.

A primeira geração e o R-7

Em 1946, o Conselho de Ministros soviético emitiu um decreto para iniciar a produção em massa de mísseis balísticos de longo alcance. Nascia desta forma um novo ramo das Forças Armadas Soviéticas: as Tropas Estratégicas de Mísseis.

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"Um mês antes, os Estados Unidos haviam lançado um foguete V-2 alemão do polígono de White Sands, Novo México, e tornou-se evidente que o equilíbrio global de poder estava em perigo", observa Stanavov.

O primeiro míssil balístico intercontinental soviético R-7 foi lançado em 1957. Ele era capaz de levar até três toneladas de carga útil a uma distância de 8.000 quilômetros. Seu corpo foi elaborado tomando como base a primeira carga produzida no país para bombas nucleares táticas. O R-7 entrou à disposição das Forças Armadas em 20 de janeiro de 1960. Logo foi substituído pelo R-7A, que tinha um alcance superior, de 12.000 quilômetros. Os mísseis eram lançados a partir de uma plataforma terrestre.

Componentes com alto ponto de ebulição

Entre os anos 60 e 70 foi desenvolvida a segunda geração de mísseis balísticos, que funcionavam com combustível com componentes de alto ponto de ebulição (oxidação de ácido nítrico e dimetil-hidrazina assimétrica). Até 1965 foram desdobrados 186 complexos de mísseis R-16 R-16U.

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O R-16 foi o primeiro míssil intercontinental com combustível líquido, o que representava uma vantagem para o sistema. Além disso, superava o R-7 em outras qualidades de combate, desempenho e custo. O alcance do míssil, com uma carga de duas toneladas, atingia entre os 11 e os 13.000 quilômetros.

Uma outra vantagem era que os especialistas decidiram "esconder" os sistemas de lançamento debaixo da terra.

Um tiro, vários alvos

Na época dos anos 70 e 80, a URSS conseguiu desenvolver a terceira e quarta geração de mísseis. Eles dispunham de ogivas múltiplas e demonstravam uma maior precisão. Em 1975 as Forças Armadas passaram a ter à disposição o míssil pesado R-36M, que mais tarde se tornou a principal força de ataque das Tropas Estratégicas de Mísseis da União Soviética e também da Rússia. O míssil é único em sua classe e não tem análogos no mundo.

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No final dos anos 80 começaram a ser produzidos os sistemas móveis e estacionários de quarta geração: o RS-12M Topol, o RS-22 e o RS-20V Voevoda, cujas versões modernizadas fazem parte hoje em dia do arsenal da Força Estratégica de Mísseis. Em 1996, os militares passaram a receber armas de quinta geração, ou seja, as estações de mísseis balísticos intercontinentais RS-12M2 Topol-M. No período entre 2009 e 2010, entra no serviço o sistema de mísseis móvel Topol-M.

O peso importa

Hoje em dia, as Tropas da Força Estratégica de Mísseis estão armadas com sistemas de mísseis de cinco tipos: o RS-20M Voevoda, o RS-18A, o RS-12M Yars, o Topol RS-12M2, o Topol-M e o RS-24. O mais pesado deles, o Voevoda, permite uma carga de 8,8 toneladas. O míssil tem 10 ogivas divisíveis.

"Um golpe do Voevoda [Satan ou Satã, segundo a classificação da OTAN] é suficiente para acabar com uma cidade do tamanho de Nova York. O resto dos mísseis têm um potencial significativamente inferior", diz o analista.

Satã-2
Os mísseis balísticos intercontinentais Sarmat substituirão os RS-36 Voevoda. A carga do míssil alcançará as 10 toneladas, o que lhe permitirá transportar até 10 ogivas pesadas ou 16 ogivas mais leves.

O propulsor e a ogiva hipersônica para o míssil já foram testados. Está previsto que o exército russo tenha os Sarmat à sua disposição em 2020.

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Vários especialistas, tanto russos como estrangeiros, analisam o projeto Sarmat como o míssil mais avançado e potente da atualidade na sua categoria.

Além de seu poder ofensivo, o novo míssil pode enfrentar os modernos sistemas de intercepção, enquanto seu raio de ação assegura a capacidade de atingir alvos em qualquer continente e em todas as direções entre os Polos Norte e Sul.

A edição norte-americana Business Insider incluiu o Sarmat, juntamente com o Yars, na lista de armas russas mais mortais. O artigo aponta que a OTAN já batizou o novo míssil como Satan-2.

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