O estudo realizado pelo YouTube foi feito com pessoas que assistem a vídeos sobre jogos na plataforma.
Já o perfil do usuário que procura os vídeos sobre games no Youtube, de acordo com o levantamento, é ainda formado em 80% por homens. O levantamento também mostra que 73% de quem assiste a vídeos de games no YouTube têm entre 18 e 34 anos.
Renan Barreto comentou a mudança de pensamento que ocorre em relação aos estereótipos de gênero como forma das mulheres ocuparem espaços tradicionalmente ocupados por homens.
"É uma descoberta nova, até pra gente, mesmo que estejamos inseridos nesse mercado, fazendo eventos (…) Em relação à pesquisa em si, eu acho que a gente consegue levar em consideração que a descoberta dos jogos pelo público feminino nesse caso pode vir a acontecer no celular, com jogos mais casuais, já que historicamente as mulheres acabam sendo ensinadas que videogame é coisa de menino e é muito bom que hoje este pensamento está sendo quebrado, e agora as mulheres estão buscando novos jogos, não só coom hobby, mas também como trabalho", observa Barreto.
Pela primeira vez, a #BGC terá um campeonato feminino de CS:GO. Inscreva seu time: https://t.co/kHbDPVu9mI #GirlPower #BGS10 #BGC2017 pic.twitter.com/RAoS4Ksnbg
— Brasil Game Show (@BrasilGameShow) 3 de julho de 2017
"Com o tempo as mulheres foram migrando não só do celular, desses jogos mais casuais, mas pros consoles, pros PCs. E hoje na Brasil Games Show [BGS] a gente tem a Brasil Game Cup, que é o campeonato de esportes, que está se engajando com a final de Counter Strike, que é um jogo super famoso de tiro em primeira pessoa, e a gente vai ter a final feminina acontecendo dentro da BGS", destaca.
"Hoje a gente tem algumas formas de jogar, temos o celular, a Smart TV, o próprio console, o PC, então existem várias plataformas diferentes que hoje a gente pode jogar, então o sensacional hoje em dia é que o jogo nunca esteve tão acessível quanto hoje com todos os aparelhos que podem ser usados pra jogar", afirma.
De acordo com Renan Barreto, a inserção das mulheres no mundo dos games tem a ver, ao mesmo tempo, com uma mudança social e com a revolução tecnológica, aumentando o apelo dos games dentro da sociedade brasileira de uma forma mais ampla.
"Eu acho que é uma mudança social, e não apenas uma mudança tecnológica. Se a gente for pensar na década de 90, realmente, o público masculino era gigantesco comparado ao público feminino, mas era basicamente console e PC. Com o tempo, hoje já no século XXI […] a gente conseguiu ter um apelo maior dos jogos com um público maior dentro da sociedade brasileira", analisou.
"Com isso, as mulheres vão conseguir jogar mais, e também essa mudança social de que a mulher pode fazer coisas que homens fazem e buscar a igualdade que é essencial para uma sociedade que venha funcionar da melhor forma possível, acaba sendo um reflexo dentro dos jogos", disse o gerente da Brasil Game Show.
Counter Strike terá competição exclusiva para mulheres na BGS https://t.co/OTBupukMbw pic.twitter.com/veO1RwN2Hg
— GamePress (@gamepresscombr) 30 de junho de 2017
"Então conforme a mulher foi buscando mais espaço, buscando hobbys que não eram tidos como hobbys para mulheres como o próprio videogame, hoje a gente consegue perceber essa mudança e ver que a mulher está invadindo o mundo dos jogos, não apenas coom jogadoras casuais, mas como jogadoras profissionais", destaca.
Renan Barreto observou ainda que novos jogos podem ser criados voltados para o público feminino, pois, segundo ele, "criação de jogo é estudo de mercado". "Se o mercado está voltado para o público feminino, com certeza mais jogos para o público feminino vão acontecer", disse ele, acrescentando que no futuro os jogos não terão mais distinção entre o que para o homem ou para mulher.