Quem viaja os 45 minutos que separam a capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, em direção a São Joaquim de Bicas espera encontrar a tranquilidade típica de uma cidadezinha do interior. Mas por trás da suposta calmaria, fica a Igreja Ministério Verbo Vivo que agora está sendo investigada pelo Ministério Público do estado.
A Verbo Vivo está na cidade desde 2005. Presta serviço educacional a cerca de 15 jovens ao custo de R$700 mensais. A primeira denúncia, há oito anos, veio de um pai que alegou a polícia que a igreja estava tentando "retirar a filha". Três anos depois, em 2012, teria sido denunciada ao Conselho Tutelar por supostamente espancar os alunos para "retirar o demônio de seus corpos".
"Há verdadeiros relatos de horror, alunos descrevendo castigos físicos com uso de varas e palmatórias, além de proibições das mais absurdas do ponto de vista didático", conta Durval. "Uma aluna ouvida pelo Ministério Público e pela Polícia Civil relatava torturas físicas e psicológicas. Crianças de 9, 10 anos eram forçados a contar seus sonhos libidinosos e depois agredidas para expulsar demônios".
Durval conta ainda que ficou impressionado como "o nome de Deus era usado para tantas barbaridades". O caso à época foi remetido à Procuradoria do Estado e ao MP, que, segundo o deputado, "se omitiram totalmente" de encaminhar a denúncia. A questão também foi enviado ao Itamaraty e à Polícia Federal, que até agora não se pronunciaram.
Ainda de acordo com o deputado, existem pais que estão há 8 anos sem contato com os filhos. Outros sequer sabem se os filhos estão vivos. A Comissão vai continuar acompanhando o assunto.