A Austrália e os EUA, por sua parte, não hesitam em acusar Pequim de maneira direta. Camberra qualificou como insuficientes as medidas que a China está aplicando contra Pyongyang. Washington, por sua vez, pôs em dúvida a transparência da observação do regime de sanções contra a Coreia do Norte por parte dos seus aliados chineses.
"Não há nenhuma evidência técnica concreta que indique que a Coreia do Norte tenha tido apoio externo. Trata-se de outra coisa. O Ocidente segue demonizando a Coreia do Norte", afirmou Asmolov.
Do ponto de vista do entrevistado, a maior parte da comunidade internacional não aceita o direito de Pyongyang de exercer sua soberania de modo normal.
"Qualificam o 'regime' de Pyongyang como 'terrível'. Porém, cada vez que este 'regime selvagem', segundo a opinião do Ocidente, mostra certos avanços na ciência ou tecnologia, atribuem tudo ao apoio estrangeiro ou afirmam que os norte-coreanos roubaram tudo", sublinhou o especialista do Instituto do Extremo Oriente.
"Os EUA e os seus aliados estão tentando exercer pressão sobre a China, mas isto pode acabar muito mal. Se passarem os limites, se produzirá um efeito contrário", agregou Asmolov.
Pequim, por sua vez, dá a entender a Washington que os EUA devem evitar dar passos inamistosos. O analista russo indicou que a postura americana reflete seu intuito de intervir nos assuntos internos do gigante asiático.
Ademais, Asmolov opinou que os EUA adotaram uma linha errada em relação a Pequim devido ao mau entendimento no encontro entre os líderes dos dois países.
"A reação da parte norte-americana foi algo parecido a isto: 'Urra! Obrigamos a China a aceitar as nossas condições. Convencemos a China de que a Coreia do Norte já não significa nada para eles", ironizou o analista.
Na realidade, Pequim mantém seu foco independente na solução do problema da Coreia do Norte e coopera com os EUA neste assunto, mas não segue as regras de jogo impostas por Washington.