"Em vários municípios do estado, para não dizer em quase todos, há fortes enfrentamentos e a Guarda [Nacional] tem invadido organizações, as casas de muitas pessoas […]. Temos conhecidos [em San Cristóbal, capital do estado de Táchira] dizendo que já não há mais janelas, que colocaram tábuas de madeira nas janelas para evitar a entrada de qualquer coisa. Ontem pela madrugada, a Guarda entrou na casa das pessoas procurando jovens que protestavam", contou.
Pela manhã, a cidade de Palmira iniciou as eleições com dois centros de votação queimados. "A partir deste momento, se começaram a escutar detonações e estouros", conta a garota. Larenths relata ainda que mesmo na própria cidade, de tamanho pequeno comparado a San Cristobal, há forte esquema policial e vigilância pesada das forças nacionais.
"Nossos vizinhos são funcionários públicos […] e por toda a semana os pressionaram, dizendo qual era o centro de votação mais próximo e que coisas deveriam fazer caso houvessem impedimentos no momento de votar. Esta manhã, quando saíram para votar, se deram contas que havia efetivos da Guarda posicionados nas árvores e nos tetos das casas e quando se tenta armar uma barricada ou algo assim, eles simplesmente começam a disparar", relata.
Mais cedo, a página do Movimiento UNETE Ucat, mantida por ex-estudantes da Universidade Católica de Táchira fechada pelo governo no ano passado, denunciou a morte de uma criança de 13 anos. A mesma página fala em 13 mortes nas últimas 24 horas. O Conselho Eleitoral de Venezuela, por sua vez, estendeu a votação "por algumas horas" devido a uma "grande fluência de pessoas".