A visita de dois dias faz parte do 2º Diálogo Econômico-Financeiro Brasil-Reino Unido e traz investidores de peso, como da London Stock Exchange, do Green Investment Bank e da Crossrail International. Do lado do governo, integram o grupo o ministro para Economia e Mercado Financeiro da Fazenda, Stephen Bairclay, e o ministro adjunto de Comércio e Investimentos, Mark Garnier. Na agenda de encontros, prospecção de negócios em diversos setores como energia, indústria, infraestrutura, comércio e área financeira.
Para Juan Jensen, diretor da 4E Consultoria, o Brasil é, nesse momento, um parceiro potencial para os britânicos após a proximidade de seu desligamento da UE.
"Com a saída do Reino Unido da UE há um visão de se expandir o comércio com outros países, e o Brasil se inclui nessa lista. Há interesse na parte das concessões, mas também na parte de petróleo, onde as empresas do Reino Unido são bastante atuantes, há também interesse em investimentos físicos em algumas das agendas em que o Brasil deve avançar", diz o consultor.
O movimento da Grã-Bretanha repete o já feito por Canadá e México que, com a revisão da política comercial dos Estados Unidos, anunciada pelo presidente Donald Trump, já enviaram delegações recentemente ao Brasil para prospectarem novos negócios, fora do âmbito da Área de Livre Comércio das Américas (Alca).
Jensen reconhece que o peso de investimentos britânicos no Brasil é importante, embora admita que eles têm sido ofuscados nos últimos anos pelo apetite e pelos valores das parcerias anunciadas pelos chineses no Brasil, principalmente em projetos de infraestrutura. O consultor observa, porém, que além da questão dos investimentos o fato de a comitiva britânica trazer nomes do primeiro escalão do governo revela a intenção do Reino Unido de ampliar a corrente de comércio entre os dois países. O diretor da 4E Consultoria aposta também na possibilidade de bons negócios também na área financeira, onde os britânicos têm uma sólida tradição de seus bancos e empresas de análise e investimento.
Durante toda a segunda-feira, a Sputnik Brasil tentou ouvir algum porta-voz do encontro, mas foi informada pela assessoria que a agenda apertada de empresários e autoridades não permitiriam qualquer entrevista. No Rio, a Sputnik entrou em contato com a Câmara Britânica de Comércio e Indústria, que também não pôde fornecer um porta-voz, alegando que não foi comunicada oficialmente sobre a chegada da comitiva.