Mas o que aconteceria se o Irã e a Rússia fossem capazes de negociar com a beligerante Coreia do Norte para criar uma aliança contra as ambiciosas sanções de Washington? O papel da Coreia do Norte não seria determinante porque se concentraria em temas nucleares em vez de negociar. O mais provável é que Pyongyang não fizesse parte da coalizão, pois suas ações visam desencadear uma guerra. Mas a Rússia e o Irã podem criar uma nova aliança no Oriente Médio, conforme afirmou à Sputnik Persa Sajjad Tayeri, colunista do portal iraniano IranianPolicy.net e especialista em relações russo-iranianas.
"Caso queiramos dar uma resposta adequada às sanções norte-americanas, então a Coreia do Norte não tem nada a ver com isso. É preciso levar em consideração o regime político deste país e o fato de não ter nenhum estatuto no Oriente Médio", afirmou o especialista.
"Os EUA tentaram fazer o Irã, a Rússia e a Coreia do Norte obedecer, mas não conseguiram fazê-lo, porque cada país tem suas regras e leis", destacou Sajjad Tayeri. Ele lembrou que a Rússia e o Irã sempre agem juntos na arena internacional. E agora, quando os EUA estão dispostos a pressionar os dois países quanto à questão síria, é necessária uma nova aliança para solucionar a situação na região, no Oriente Médio, no Iêmen, aliança que a Rússia e o Irã podem atingir, acredita o especialista.
"Por isso, caso seja criada uma nova coalizão, e a Rússia e o Irã sejam seus membros, se pode atribuir à Coreia do Norte um papel de segundo plano. Porque este país quer negociar com uma bomba nuclear nas mãos, mas tenho a esperança que as negociações entre a Rússia, o Irã e os EUA tenham êxito. Sou a favor da diplomacia", ressaltou o politólogo iraniano.
"É evidente que a Rússia é um país com estatuto de potência mundial, sendo também membro do Conselho de Segurança da ONU, por isso são altas suas capacidades de resistir às sanções norte-americanas a nível diplomático. O Irã também tem acumulado uma grande experiência depois de viver por anos sob sanções, lutando por seu programa nuclear (pacífico). É nosso dever lutar juntos e, para isso, devemos criar uma frente conjunta para mostrar aos EUA que suas ações contradizem as leis internacionais", afirmou.
O investigador acrescenta que, infelizmente, a Rússia e o Irã possuem capacidades e métodos de influência limitados, mas frisa que os países não devem por esta razão desistir da luta contra as sanções norte-americanas.