Com apoio do jornalista Teco Barbeiro, que desde 2010 realizava oficinas de fotografia com pessoas também cegas, e do professor Francisco de Lima, da Universidade Federal de Pernambuco, Janaina começou a desenvolver o seu trabalho com base na audiodescrição, técnica que consiste na descrição das cenas, transformando imagens em palavras da maneira mais detalhada possível. Mas ela não parou por aí. Lançando mão de materiais improvisados, de PVC e MDF, também criou formas de auxiliar os deficientes visuais a fazer enquadramentos, calcular a distância entre objetos e pessoas, o tamanho dos objetos, os planos, e a simular o processo de alinhamento da câmera, recursos que se mostraram muito eficientes no aprendizado desses alunos.
Devido ao sucesso do seu trabalho, o projeto de Janaina acabou ultrapassando os limites UFSM, sendo transportado para instituições de outros lugares, como a Associação Pernambucana de Cegos (APEC) e a Associação Caruaruense de Cegos (ACACE), que estão realizando oficinas de fotografia inclusiva.
"Não é uma coisa de outro mundo fotografar. Empodera, as pessoas ficam muito emocionadas também, as pessoas que perderam a visão. Os familiares começam a acreditar mais nelas também, porque todo mundo acha que não pode fotografar. Então, a fotografia acaba sendo uma conquista simbólica. Mas, na verdade, é simples", disse a professora à Sputnik.