Uma petição online arregimentou milhares de assinaturas favoráveis em algumas horas, depois de ter sido difundida por vários veículos da imprensa argentina, incluindo o La Nación.
“O legado assassino do comunista e esta figura não merece homenagens estatais de cunho partidário-ideológico financiadas pelos impostos de todos os cidadãos”, diz parte do texto publicado para divulgar a petição contra os monumento de Che.
De acordo com Franco Martín López, um dos diretores da ONG Fundação Bases – responsável pela petição –, “há hoje uma abertura para ideias mais liberais” e a intenção da iniciativa é “colocar o tema [comunismo] em debate”.
“Queremos incluir e difundir dados sobre Che que as pessoas não sabem. Há uma imagem mítica construída ao redor de Guevara, baseada na desinformação. Se desconhece o seu legado verdadeiro”, disse López ao La Nación.
Em Rosário, há vários monumentos em homenagem a Che, como uma placa na casa onde nasceu, um mural no espaço cultural da praça da Cooperação, um ponto turístico em sua memória, e uma parte da estrada que liga a cidade até Córdoba, além de uma estátua inaugurada em 2008, quando se celebrou os 80 anos do seu nascimento.
Ouvido pelo RT, o escultor Andrés Zerneri criticou a iniciativa e o próprio jornal por divulgá-la. Para o artista, é uma forma da publicação dizer o que pensa para reproduzir “o próprio discurso”. Segundo ele, é equivocado dizer que os cofres públicos bancaram a estátua de Che.
Zerneci explicou que doações de 15 mil pessoas financiaram, “de forma legítima”, o monumento em homenagem ao guerrilheiro argentino, um dos aliados de Fidel Castro na campanha que levou à Revolução Cubana.
Até o momento as autoridades de Rosário não se posicionaram sobre a retirada ou não das homenagens a Che na cidade.