Em entrevista à agência estatal norte-coreana KCNA, um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do país asiático declarou que as sanções aplicadas por Washington “não vão funcionar”.
“A adoção de sanções contra a [Coreia do Norte] não é mais do que um esforço de última hora daqueles que estão aterrorizados com a série de medidas tomadas pela [Coreia do Norte] em rápida sucessão para desenvolver uma força nuclear sofisticada”, disse a fonte.
O mesmo porta-voz destacou que o regime de Kim Jong-un “condena fortemente e rejeita as chamadas sanções unilaterais dos EUA”, e que os demais países do mundo “deveriam ver seriamente como tal ato norte-americano é ultrajante e injusto”.
“A campanha de sanções dos EUA pode funcionar com outros países, mas nunca com a [Coreia do Norte]. As sanções justificam ainda mais as medidas [norte-coreanas] para intensificar o desenvolvimento da sua força nuclear. Os EUA deveriam deliberar melhor sobre as formas de garantir a segurança em casa do que desperdiçando sua energia na barganha de sanções sem esperança contra a [Coreia do Norte]”, completou.
Com base nas novas sanções, a Casa Branca espera dificultar o acesso de Pyongyang a petróleo e outros produtos que ajudem o desenvolvimento do programa de mísseis e nuclear da Coreia do Norte. A ação foi motivada pelos dois testes com mísseis balísticos intercontinentais (ICBM, na sigla em inglês), realizados no mês passado.
Volta à 'lista negra' do terrorismo
Outra medida que está sendo estudada pela Casa Branca, como forma de retaliar o regime norte-coreano, é a reinserção do país asiático na lista de nações que patrocinam o terrorismo no planeta, informou um parlamentar da oposição sul-coreana ao jornal Korea Herald.
Em recente viagem aos EUA, o porta-voz do Partido Liberal da Coreia do Sul, Khang Hyo-shang, conversou com o representante especial da Casa Branca para temas coreanos, Joseph Yun, e foi informado sobre os planos de Washington para pressionar Pyongyang.
“(Yun me disse isso), embora ainda não tenha sido concluído, o Departamento de Estado [dos EUA] está considerando relistar a Coreia do Norte como um Estado patrocinador do terrorismo”, comentou Khang a jornalistas sul-coreanos.
Se tal medida for implementada, o regime norte-coreano enfrentaria mais restrições de ajuda externa, como a proibição de exportações e vendas de defesa, além de mais sanções financeiras.
A primeira vez que a Coreia do norte integrou tal lista foi em 1988, em razão da explosão de um avião que matou 115 pessoas a bordo. Em 2008, o país asiático foi retirado da relação como parte das negociações acerca da desnuclearização norte-coreana.