O premiê japonês tomou a decisão por causa do baixo ranking do governo em meio a vários escândalos envolvendo ministros do país, incluindo o próprio Abe. Mais cedo foi demitida a ministra da Defesa, Tomomi Inada, que supostamente participava de uma conspiração para esconder documentos secretos sobre um tiroteio no Sudão do Sul quando lá permaneciam pacificadores japoneses.
No entanto, Shinzo Abe, não substituiu o ministro da Economia, Comércio e Indústria, que também é responsável pela cooperação econômica com a Rússia.
Comentando a decisão do premiê japonês, o diretor do Centro de Estudos Japoneses da Academia de Ciências da Rússia, Valery Kirsanov, afirmou que com remodelação Abe pretende manter o mesmo curso nas relações com Moscou.
"O fato de Hiroshige Seko [ministro da Economia, Comércio e Indústria] ter sido mantido em seu posto significa que o anterior curso político de Abe, que visa desenvolver relações com a Rússia, continuará inabalável", disse.
O único obstáculo para aproximar ainda mais o Japão da Rússia, segundo o especialista, pode ser "o fator de Trump" e os EUA.
"A única coisa que pode prejudicar [o curso de Abe] é o fator de Trump e os EUA, pois Trump pode expressar descontentamento com a aproximação do Japão com a Rússia, já que ele mesmo está pressionando a Rússia de todos os pontos", concluiu.
Historicamente, as Ilhas Curilas têm sido alvo de disputa territorial entre a Rússia e o Japão. Os japoneses reivindicam as ilhas de Kunashir, Iturup, Shikotan e o grupo de ilhéus Habomai. A disputa territorial impediu a assinatura de um tratado de paz entre a Rússia e o Japão após a Segunda Guerra Mundial.