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Temer diz que é impopular pelas reformas e revela 'torcida' pela saída de Janot

© Marcelo Camargo/Agência BrasilTemer viagens
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O presidente brasileiro Michel Temer (PMDB) colocou nas reformas que o seu governo vem tocando a culpa pela sua alta impopularidade junto à população, e revelou que a Operação Lava Jato “vai voltar ao rumo certo” após a saída do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Essas e outras ponderações foram feitas por Temer em uma entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada na noite desta sexta-feira. Dois dias antes, o peemdebista obteve uma vitória na Câmara dos Deputados, ao conseguir barrar a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção passiva.

“O que me prende ao cargo é muito mais a defesa da minha reputação moral. A denúncia é pífia, inepta. Se vier uma nova, vamos enfrentá-la. Eu me sinto muito constrangido, porque tentam imputar-me uma pecha de corruptor, de alguém que está violando os limites da lei, quando não sei bem quem é que está violando os limites da lei. Eu não sou”, disse.

Janot deixará o comando da PGR no dia 17 de setembro, quando termina o seu mandato. Ele será substituído por Raquel Dodge, o que para Temer significa que as apurações voltarão a um estágio de normalidade. O presidente deu a entender que as recentes ações de Janot foram puramente políticas, sem se prender aos aspectos legais.

Michel Temer durante uma cerimônia no Planalto em 1 de agosto de 2017 - Sputnik Brasil
Como Temer consegue se manter no cargo mesmo rejeitado pela população?

“Pelo que conheço da procuradora Raquel Dodge, ela vai cumprir rigorosamente o que a lei estabelece. Onde houve delito ela vai continuar investigando. Não tenho a menor dúvida disso. Acho que, pelo histórico dela e conhecimento jurídico, ela vai cumprir rigorosamente as funções que competem ao procurador-geral”, destacou.

Temer não aceitou ainda a comparação da sua impopularidade com a da antecessora, Dilma Rousseff (PT). Antes do impeachment da petista, ele chegou a dizer que era impossível governar o país com números tão baixos (8% de aprovação tinha Dilma à época). O peemedebista possui números ainda piores hoje, mas não se diz abatido.

“É que há uma diferença entre a impopularidade daquela época e a desta. Acredito que a minha impopularidade, para usar o vocábulo, decorre das reformas que estou fazendo. Portanto, o reconhecimento virá depois”, comentou, acreditando ainda que a falta de protestos contra ele nas ruas seja uma prova da sua teoria.

O presidente disse ainda não ter medo das eventuais delações do ex-deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do operador do partido, Lúcio Funaro – ambos presos por envolvimento na Lava Jato. Ele também negou estar pensando nas eleições de 2018 ou se o PSDB deixará mesmo o governo. E mandou um recado ao chamado ‘Centrão’, grupo formado pelo baixo clero da Câmara.

“Não sou refém de nenhum partido”, concluiu.

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