"Tal situação contribuiu muito para a decadência do estado, obrigando a União, nos últimos anos, a fazer seguidas intervenções brancas em matérias de saúde e segurança pública, como vem ocorrendo desde a Copa do Mundo em 2014. Do ponto de vista nacional, o Rio nunca deixou de representar o papel de capital do Brasil. Se Brasília é a capital federal entendida como um espaço neutro em relação ao conjunto de estados que compõe a União, o Rio segue percebido como a capital nacional, como se viu nos Jogos Olímpicos. É o nosso principal centro universitário do país e berço do nosso nacionalismo", diz Lynch.
O especialista lembra que de todos os órgãos e empresas públicas distribuídas entre Brasília e Rio, cerca de um terço do total continua na ex-capital. São mais de 50 repartições entre agências, autarquias, fundações e empresas públicas como a biblioteca Nacional, Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Petrobras, Eletrobras, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Casa da Moeda, Arquivo Nacional, só para citar alguns.
"Os municípios da Baixada Fluminense poderiam ser perfeitamente agregados ao novo Distrito Federal e se beneficiar do ambiente de negócios, que repercutiria por toda a região metropolitana. Brasília recebeu da União, no ano passado, o equivalente a todo o orçamento do município do Rio de Janeiro, tendo metade de sua população", observa o professor do IESP.