Em evento em um hotel na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, Bolsonaro iria anunciar oficialmente a sua filiação ao PEN, que por sua vez está alterando o seu nome para Patriotas. A festa estava pronta, mas o anticlímax aconteceu quando o deputado pediu a palavra.
De acordo com Bolsonaro, a sua ida para o PEN e a sua candidatura em 2018 ainda não estão confirmadas. Segundo o deputado, ele só irá se transferir para o partido se for retirada uma ação que tenta derrubar no Supremo Tribunal Federal (STF) a decisão que permite a execução de prisões em segunda instância. A medida tem prestígio entre procuradores da Operação Lava-Jato.
“Esse meu casamento encontra esse obstáculo pela frente. Ou o partido descobre uma maneira de desistir da ação, que nós não poderemos ser coniventes com a corrupção, mesmo a ação sendo legal, mesmo nós reconhecendo o julgado no STF, a gente não pode entrar numa possível campanha presidencial sendo atacado como candidato cujo partido enterrou a Lava Jato. Se eu estiver errado, estou pronto para ouvir críticas”, explicou.
O presidente do PEN, Adilson Barroso, bem que tentou demovê-lo de não confirmar a sua entrada no partido, mas diante da exigência de Bolsonaro, prometeu tomar uma atitude a respeito. O temor do deputado seria que, com essa ação, ele pudesse ser associado a um movimento de blindagem de parlamentares envolvidos na operação.
Bolsonaro chegou a conversar com outros partidos, mas o acordo mais favorável foi fechado com o PEN. Pela lei eleitoral, o prazo máximo para o registro das candidaturas presidenciais é 15 de agosto de 2018.