Produzido pela companhia de análise de risco Verisk Maplecroft, o levantamento apontou que os maiores riscos de aumento do trabalho escravo na Europa se encontram em cinco países: Itália, Romênia, Grécia, Bulgária e Chipre.
Coincidentemente, esses cinco países já são conhecidos como as principais rotas de entrada de imigrantes no Velho Continente. E esses fluxos migratórios são formados, majoritariamente, por pessoas vulneráveis e propensas a serem exploradas.
“A crise dos migrantes aumentou o risco de incidentes de escravidão aparecendo nas cadeias de fornecimento da empresa em toda a Europa”, afirmou Sam Haynes, analista sênior de direitos humanos da Verisk Maplecroft.
De acordo com Alexandra Channer, analista de Direitos Humanos da empresa responsável pela pesquisa, a vulnerabilidade dos imigrantes já começa do seu ponto de origem, “geralmente estão fugindo de países de violência e pobreza extrema”, disse ela à rede de TV norte-americana CNN.
“Geralmente eles [imigrantes] estão chegando nas mãos de contrabandistas de pessoas e, em seguida, rapidamente estão presos nas mãos de bandos de tráfico. As chances são de que, antes mesmo de entrar no local de trabalho, eles já estão em condições de escravidão moderna”, completou.
Fora da Europa, o pior cenário de queda no incide foi encontrado na Turquia, que recebe o maior contingente mundial de refugiados sírios. Na Ásia, países conhecidos pela farta oferta de mão de obra barata – Bangladesh, China, Índia, Indonésia, Malásia, Myanmar, Filipinas, e Tailândia também aparecem mal avaliados.
Já o top 10 do levantamento é liderado pela Coreia do Norte, nação que é seguida pelos seguintes países: Síria, Sudão do Sul, Iêmen, República Democrática do Congo, Sudão, Irã, Líbia, Eritréia e Turquemenistão.
O que é escravidão moderna
Definindo a escravidão moderna como um “termo guarda-chuva para escravidão, servidão, tráfico de pessoas e trabalho forçado ou compulsório”, o índice mede a força das leis, a eficácia da aplicação da lei e a gravidade das violações em 198 países pelo mundo.
O relatório apontou que 60% do total de países classificados na categoria “alto” ou “risco extremo”.
Segundo os responsáveis pelo trabalho, a ideia é que empresas usem o índice anual para identificar onde o risco da escravidão moderna é maior em suas operações comerciais e cadeias de suprimentos, para que eles possam orientar melhor seus recursos e esforços para evitar a exploração.
“Já não são apenas os hotspots de abastecimento tradicionais nas economias emergentes em que as empresas devem prestar atenção quando o risco avaliar seus fornecedores e as commodities que eles fornecem”, esclareceu Haynes.