O câncer é a segunda doença que mais mata no Brasil, perdendo apenas para os problemas cardiovasculares. Além do sofrimento que os pacientes sentem por conta do tratamento com a quimioterapia, a queda de cabelo decorrente da mesma também afeta muitos deles de maneira profunda, sobretudo as mulheres.
Para manter a autoestima dessas mulheres e fazer com que elas não percam a vaidade, mesmo nesse momento difícil, Flávia Flores criou em 2014 uma campanha de doação de lenços de todos os tipos. Passados três anos, o Banco de Lenços, que faz parte do seu Instituto Quimioterapia e Beleza, já está fazendo sucesso até fora do país, principalmente em Portugal, que, junto com o Brasil, já recebeu 4.500 lenços do projeto só nos seis primeiros meses deste ano.
Em entrevista à Sputnik Brasil, Flávia contou que a ideia da iniciativa surgiu em 2012, quando foi diagnosticada com câncer de mama. Na época, era modelo atuante e não queria se esconder. Como não encontrou na internet informações suficientes sobre cuidados com a beleza durante o tratamento, decidiu encarar o desafio de desenvolver essa área.
"Não tinha nada, não tinha material sobre beleza e moda para paciente oncológica. Então, eu resolvi fazer uma página no Facebook para mostrar aos meus amigos que estava passando bem pelo tratamento, que eu não estava definhando, como as pessoas imaginam, que estava bonita", disse ela.
Segundo a blogueira, ao contar sobre o seu cotidiano nas redes sociais, ela começou a ser procurada por muitas mulheres na mesma situação, ao mesmo tempo em que começou a ganhar muitos lenços, que passaram a se acumular em sua casa.
"Nossa, quantos lenços eu poderia estar distribuindo para milhares de mulheres!", destacou Flávia, lembrando o pensamento que teve na época.
De lá pra cá, o projeto ganhou forma, através de doações, e só cresceu, chegando a arrecadar mais de 15 mil lenços no ano passado. Hoje, Flávia diz receber pedidos do mundo inteiro.
"Tem meninas que fazem tratamento no Canadá, meninas que estão morando nos Estados Unidos, Europa…", ressalta. "Elas chegam pela internet e pedem. E a gente atende", explicou, acrescentando que mantém uma parceria mais formal mesmo apenas em Portugal, com o projeto Partilhas, que pertence a uma amiga.