Para Khrolenko, o Shkval "superou seu tempo em muitas décadas". Inicialmente, ele tinha uma ogiva nuclear de 150 quilotons de potência e uma velocidade inédita de marcha, 100 metros por segundo, o que criou também certas inconveniências, como um elevado nível de ruído, seu curto alcance (até 10 km) e sua capacidade de submergir a apenas 30 metros, bem como a baixa capacidade de manobra.
A versão moderna do torpedo não nuclear será melhorada consideravelmente, tendo em conta seus novos objetivos e missões. O interesse mundial pelo Shkval é enorme e seu modelo de exportação custa US$ 6 milhões por unidade.
O fato de tal torpedo ter surgido desmascarou a total vulnerabilidade dos grupos de porta-aviões da Marinha americana e influenciou as estratégias e táticas da Marinha russa, afirma Khrolenko.
"Na esfera de hidrodinâmica não temos igual, com o Shkval estamos adiantados umas quatro décadas em relação ao resto do mundo. Atualmente, somente a Rússia produz este tipo de armas em massa", sublinha o analista.
Vários países do mundo estão trabalhando para construir torpedos de supercavitação. Em 2004, os representantes da empresa alemã Diehl BGT Defence anunciaram a criação do torpedo de supercavitação Barracuda, equipado com um sistema de pontaria automática inovador. Mas, na realidade, o Barracuda não chegou a ser comercializado, observa Khrolenko.
No final de artigo, Khrolenko observa que a Rússia também é o único país que dispõe de antitorpedos.
"O poder naval de um país é a base da sua segurança, do seu crescimento econômico, assim como da presença e influência no oceano mundial", resume o autor.