O apadrinhamento acontecia, desde 2008, pela multinacional francesa Essilor, dona da marca de lentes para óculos Varilux. A empresa era responsável pela manutenção e a limpeza do monumento. O contrato de patrocínio, no entanto, se encerrou com o fim da gestão do ex-Prefeito Eduardo Paes, em janeiro, e ainda não foi renovado.
A escultura foi feita pelo artista plástico Leo Santana e custou R$ 65 mil. Desde o dia seguinte de sua inauguração, o monumento passou a ser submetido às vicissitudes de se estar no Rio. Os óculos de cobre de Drummond já foram roubados pelo menos uma dúzia de vezes. Além disso, enfrenta as realidades inerentes a todos seus irmãos e irmãs de bronze e outros materiais: pichações, pinturas e outras intervenções.
Por conta de tantos furtos de óculos, em 2009 a Essilor/Varilux chegou a colocar uma Câmera de vigilância operada pela Cet-Rio. Mesmo assim, até o ano passado, a empresa precisou repor 4 vezes as "lentes" de Drummond. Um custo de R$ 48 mil ao longo dos anos, segundo a empresa.
Sputnik Brasil conversou com exclusividade com o criador do monumento, o artista plástico Leo Santana. O escultor lamentou a situação do Drummond de bronze.
Leo Santana informou que a escultura de Drummond é o monumento público mais visitado da cidade, perdendo apenas para o Cristo Redentor. Para o escultor, depois de 15 anos em Copacabana, a obra merece e precisa passar por uma total restauração, orçada por ele em torno de R$ 25 mil.
"Drummond está merecendo uma restauração. Não só uma manutenção, uma limpeza, mas uma restauração. Ele já está bem gasto, tem 15 anos que ele está ali em contato com as pessoas, participando de todas as festividades e sofrendo os efeitos do calor, do vandalismo, pixação, quebra de óculos e etc", disse Santana, que afirmou ser necessário retirar a oxidação, realizar a reoxidação, a renovação do banco e das placas.
Através de nota, a Fundação Parques e Jardins (FPJ) da Prefeitura do Rio informou para a Sputnik Brasil, que está em conversação com a Essilor/Varilux para verificação de possível renovação, ou não, do termo de adoção da estátua de Carlos Drummond de Andrade pela empresa. O termo foi iniciado em 2008 e interrompido em janeiro de 2016. Por ter ultrapassado o limite máximo para renovação automática de 30 dias, após o vencimento.
Ainda segundo a Fundação Parques e Jardins, “mesmo que a empresa adotante demonstre interesse em renovar a adoção, deverá ser providenciado um chamamento publicado em Diário Oficial, para que também outras empresas interessadas possam participar do processo — que deve ser finalizado dentro de um prazo estabelecido de cerca de 45 dias, a partir de sua abertura.”