"Uma única coisa é evidente: os norte-americanos vão expandir a ingerência nos assuntos de outros países via ferramentas de 'soft power' e via força militar", contou Ivashov nesta terça-feira (22) à Sputnik.
Ele sublinhou também que se observa uma "contradição entre o Trump-candidato a presidente, o presidente dos primeiros dias de seu mandato e o Trump atual".
De acordo com Ivashov, o presidente dos EUA foi forçado a fazer declarações desse tipo "provavelmente por causa de seus oponentes e por sua popularidade estar baixa demais, ou então já tinha essa ideia durante sua campanha eleitoral".
"Assim, ele diz uma coisa, mas na verdade faz outra. Isso significa que podemos esperar, o que na verdade já está ficando claro, uma expansão da ingerência dos EUA nos assuntos internos de outros países. Estamos sentindo isso especialmente, e ainda vamos sentir mais, no exemplo da Rússia: a pressão e a intriga interna envolvendo os norte-americanos no nosso território estão aumentando", concluiu o presidente da Academia de Problemas Geopolíticos.
Em diferentes anos, a quantidade de tropas norte-americanas no Afeganistão tem mudado, atingindo durante o mandato de Barack Obama o número de 100 mil militares. Contudo, na sequência de um pedido da República Islâmica do Afeganistão, o então presidente resolveu diminuir drasticamente o contingente e deixar no país apenas cerca de 8,5 mil efetivos (esse número não inclui os militares dos aliados dos EUA). Eles realizam operações especiais contra os talibãs e a organização Estado Islâmico (proibida na Rússia e em vários outros países), assim como treinam e consultam as forças de segurança locais.