Na noite de ontem, por volta das 21h, o Comandante Ribeiro partiu da cidade de Santarém com destino a Vitória do Xingu, com cerca de 70 pessoas. Mas, antes que pudesse completar a viagem, no meio do caminho, a embarcação sofreu um grave acidente, entre os municípios de Senador José Porfírio e Porto de Moz. O número de mortes confirmadas até agora varia entre sete e 11. De acordo com as últimas informações das autoridades paraenses, 25 pessoas haviam sido resgatadas com vida.
Entre os sobreviventes desse desastre, cujas causas ainda são desconhecidas, está Bruno Costa, que diz ter conseguido escapar ileso, embora emocionalmente abalado pelo ocorrido.
"Graças a Deus, eu estou muito bem. Mas tive momentos terríveis na minha vida nesta madrugada", diz o rapaz. Segundo ele, o acidente ocorreu em meio a uma tempestade, que danificou a embarcação. No meio da confusão, muitas pessoas acabaram ficando presas nos destroços.
"O barco começou a quebrar e foi todo mundo pro fundo. A lona que amarra lá, pra não pegar água, impediu muita gente de sair", acrescentou Bruno, explicando que conseguiu se salvar e salvar uma criança, de aproximadamente dois anos, graças a um colete que encontrou boiando no rio. "Muita gente não conseguiu".
Outra testemunha, que preferiu não se identificar, disse ter visto muitos corpos boiando no local.
"Oh, tragédia grande", lamentou a fonte. "Só a misericórdia de Deus".
Em nota à Sputnik, o Corpo de Bombeiros do Pará confirmou apenas sete mortos e 25 sobreviventes até agora. Os demais ainda estão desaparecidos.
"Equipes de mergulhadores do Corpo de Bombeiros do Pará e da Defesa Civil Municipal de Altamira estão no local realizando todos os procedimentos no atendimento da ocorrência. Também estão montando no local um Sistema de Controle de Operação de emergência com todos os órgãos do estado acionados para apoio", disse a assessoria dos Bombeiros.
Também em declarações à Sputnik, uma professora de Belém criticou duramente as condições da navegação no estado do Pará, afirmando não haver segurança suficiente para os passageiros.
"Eu, por exemplo, prefiro levar um pouco mais de três horas para ir ou voltar de Marajó do que pegar a lancha da Arapari, que leva uma hora e meia mas que não tem condição nenhuma de transportar de modo seguro! Imagine um navio pequeno, todo fechado, onde as duas portas são o local escolhido para entulhar a bagagem de todos os passageiros! Se acontece um problema, morremos todos já no desespero de tentar sair da lancha!", disse ela.