"Defendi e continuo defendendo que se encerrem os pedidos de refúgio", afirmou Jucá em uma audiência pública em Boa Vista, capital de Roraima, estado brasileiro que vem recebendo um grande contingente de venezuelanos há meses.
Para embasar o seu entendimento, Jucá afirmou que os venezuelanos não podem ser colocados na mesma categoria de haitianos ou de líbios, estes advindos de um país “onde explodiam bombas na cabeça das crianças”.
O problema com a Venezuela, na visão do senador, envolve uma "ditadura, de luta política".
"É muito fácil para [o presidente venezuelano] Nicolás Maduro mandar 5 milhões de pessoas ao Brasil porque nós pagaremos a conta e ele se livra do problema. Ele acha que todos são seus adversários e fica apenas com a sua ‘panelinha’, mas o Brasil deve pagar por isso?", questionou.
Jucá explicou ainda que são necessárias “medidas sérias”, uma vez que os serviços básicos em Boa Vista já estão sofrendo com o forte fluxo de venezuelanos. Este foi um dos temas de uma reunião dele com o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, a fim de traçar um plano de ação para o tema.
Apenas nos seis primeiros meses de 2017, um total de 7.600 pedidos de asilo foram feitos por venezuelanos, um número que supera o total de pedidos do ano passado.
A crise da Venezuela e a fuga dos seus cidadãos acontece no ano em que o Brasil aprovou uma nova Lei de Migração, que facilita a entrada de estrangeiros no país com medidas de acolhimento, com facilidades para residir e trabalhar em solo brasileiro.
Nova Constituição terá referendo
A nova Constituição que será redigida pela Assembleia Nacional Constituinte (ANC) será levada a um referendo tão logo seja aprovada, informaram os aliados do presidente Nicolás Maduro nesta quinta-feira.
A data do referendo ainda será definida pelos 545 membros da ANC. A nova Constituição integra os planos de Maduro para substituir o texto em vigor, de 1999, quando o presidente do país era Hugo Chávez.
De acordo com o presidente venezuelano, a nova Constituição trará paz e prosperidade ao país, que vive uma grave crise política e econômica. Já a oposição afirma que tudo não passa de uma estratégia para Maduro se perpetuar no poder.
Em cinco meses de protestos na Venezuela, ao menos 130 pessoas morreram.