Em um estudo publicado na revista Journal of Geophysical Research: Planets, pesquisadores da agência espacial estadunidense fazem referências a indicadores de atividade hidrotérmica em rochas sedimentares em uma cratera do Planeta Vermelho, o que por sua vez amplia o espectro de condições para a habitabilidade.
De acordo com os cientistas, as concentrações de zinco e germânio encontrada na cratera Gale são de 10 a 100 vezes maiores que aquelas existentes na parte externa do planeta. Os dois elementos químicos aparecem frequentemente juntos na Terra, em depósitos hidrotérmicos que contêm enxofre.
Principal autor do novo estudo, o geólogo Jeff Berger, da Universidade de Guelph (Canadá), sustenta que as elevadas concentrações de zinco e germânio na cratera Gale podem, eventualmente, explicar-se por efeitos de atividade hidrotérmica na região.
"Há calor e há produtos químicos… e basicamente comida para a vida", disse Berger, referindo-se a micróbios que, na Terra, costumam ser encontrados em condições semelhantes às encontradas pela sonda Curiosity Mars. A próxima série de dados coletados pelo equipamento visa determinar isso com maior precisão.
Os ambientes térmicos extremos são na Terra o habitat de uma ampla gama de micróbios, estes adaptados a viver em tais condições. Além disso, esses organismos poder ter sido alguns dos primeiros a evoluir no nosso planeta.