A Rússia é coerente na política que segue no Oriente Médio, já que colabora com o Governo sírio e não trai seus aliados, como os EUA fizeram em 2011 com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, indica o documento.
Moscou é racional, em primeiro lugar, porque dá o seu apoio a políticos fortes e, na maioria dos casos, laicos, como é o caso do presidente sírio, Bashar Assad, o presidente egípcio Abdulfatah Sisi e o comandante das Forças Armadas líbias, Khalifa Haftar. Em segundo lugar, porque, entre todos os objetivos, o país eslavo escolhe a estabilidade e a segurança.
A Rússia entra em combate sem hesitar e envida esforços para mudar a situação na Síria. No país árabe, as forças russas já recuperaram o controle sobre uma grande parte dos territórios para as autoridades sírias, indica o relatório.
No entanto, a política externa não leva em consideração a opinião dos círculos acadêmicos. De acordo com o Instituto Montaigne, isso ocorre porque a França tem muito poucos 'think tanks' de nível mundial ou investe recursos insuficientes no seu desenvolvimento.
Olivier Hanne, doutor em História e especialista em Islã, comentou a Sputnik França alguns dos pontos destacados no relatório.
Segundo o especialista, a França tem que alocar mais recursos financeiros para atingir os seus objetivos na referida região.
Nos últimos anos, o Governo francês tem diminuído o orçamento para esta região em comparação com o que investem seus vizinhos europeus, nomeadamente a Alemanha. Esta redução ameaça limitar as atividades da França e diminuir a sua influência econômica e política na região.
Hanne disse que Paris deve admitir que a França está intimamente ligada com o mundo árabe e elaborar uma nova estratégia, baseada em uma abordagem realista, que persiga a estabilidade.
A França deve primeiramente dar a sua contribuição para a eliminação do Daesh, grupo terrorista proibido na Rússia.
Em segundo lugar, Paris deve encontrar uma saída para o conflito na Síria, de maneira a que, no futuro, se consiga parar o surgimento de jihadistas e conter o fluxo de refugiados que se dirigem para a Europa.
O Instituto Montaigne é próximo do presidente francês Emmanuel Macron, pelo que suas opiniões e análises são muitas vezes utilizadas pelo atual Governo francês, de acordo com um artigo publicado pelo Liberation.