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Professor de promessa da astronomia brasileira critica falta de apoio do governo à ciência

© Foto / ReproduçãoMylena Peixoto com o Pofessor Marcelo Souza e outros estudantes na viagem à Nasa em 2016
Mylena Peixoto com o Pofessor Marcelo Souza e outros estudantes na viagem à Nasa em 2016 - Sputnik Brasil
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Em entrevista à Sputnik, o presidente do Clube de Astronomia Louis Cruls, Marcelo de Oliveira Souza, professor da jovem astrônoma Mylena Peixoto, que, aos 17 anos, ganhou uma nova bolsa para estudar na NASA, criticou a falta de investimentos em ciências no Brasil, afirmando que o país está indo na contramão com novos cortes no setor.

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Conhecida pelo trabalho de descoberta de cinco asteroides há dois anos, no Norte Fluminense, durante uma pesquisa junto ao Clube de Astronomia de Campos dos Goytacazes, Mylena está indo pela segunda vez para os EUA à convite da NASA, onde participará da Jornada Internacional de Ciência e Tecnologia, que acontece em outubro. Estudante dedicada, a adolescente é uma grande promessa da astronomia brasileira. Seu sonho, porém, é continuar os estudos no exterior e, se possível, trabalhar na agência espacial dos Estados Unidos. 

A jovem cientista de Campos, no Rio de Janeiro, conheceu a NASA no ano passado, para participar de eventos e realizar um curso de análise de imagem. Essa oportunidade só foi possível graças ao projeto Caça aos Asteroides, que reúne pesquisadores de todo o mundo com o objetivo de observar a movimentação de objetos celestes.

© Foto / ReproduçãoMylena em almoço com o astronauta Donald Alan Thomas, na sede da NASA
Mylena em almoço com o astronauta Donald Alan Thomas, na sede da NASA - Sputnik Brasil
Mylena em almoço com o astronauta Donald Alan Thomas, na sede da NASA

Em entrevista à Sputnik Brasil, Mylena explicou que, nesse projeto, em 2015, ela e outros jovens estudantes se dedicaram a analisar imagens captadas por um telescópio instalado no Havaí, através de um software, e enviar relatórios sobre elas de volta para os EUA, com a ajuda do professor Marcelo Oliveira, presidente do Clube de Astronomia e pesquisador da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). Um mês depois, veio o resultado, a descoberta de cinco asteroides. 

"Foi um momento muito marcante", lembra a menina. 

Ao contrário da primeira vez, quando teve que pedir ajuda de várias pessoas para pagar os custos da viagem, a estudante viaja agora com tudo pago pelas autoridades norte-americanas, graças ao ótimo desempenho em um processo de seleção complicado e sigiloso do qual participou.

"O processo de seleção envolveu notas, a vida acadêmica, o histórico tanto pessoal quanto acadêmico, uma redação em inglês contando toda minha vida…", disse ela, destacando alguns pontos da seleção.  

Muito importante para esse sucesso de Mylena nos estudos foi o apoio dado pelo professor Marcelo, que relata ter percebido um aumento no interesse dos jovens pela ciência, apesar da falta de um amparo maior por parte do governo. 

"Qualquer país que queira criar um futuro melhor para essas novas gerações precisa investir em ciência, precisa investir em educação. E o Brasil parece que, neste momento, está indo na contramão, reduzindo os investimentos nessas áreas", criticou o especialista.

Apesar dessa triste tendência, ainda de acordo com o astrônomo, é preciso ter esperança.

"Eu acredito que essa juventude e o interesse que ela tem despertado mostrem a importância dela [da ciência] para o nosso país", afirmou ele, explicando que essa é uma forma eficiente de aplicar recursos no futuro nacional. 

Se depender de Mylena, mesmo que ela precise concluir sua formação científica no exterior, o Brasil terá o seu apoio. 

"Eu tenho muita vontade de construir minha carreira no exterior, mas quando eu retornar, preparar o Brasil, ajudar o Brasil a evoluir também."

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