Na madrugada da terça-feira (29), a Coreia do Norte disparou um míssil que sobrevoou o território japonês e, 14 minutos depois, caiu a 1.180 km de Hokkaido. O míssil balístico teve um alcance de cerca de 2.700 quilômetros e atingiu 550 quilômetros de altitude. Foi lançado da região de Sunan, perto de Pyongyang, informa o exército sul-coreano.
Neste contexto, o professor russo do Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou e diretor do Centro da estratégia russa na Ásia, Georgy Toloraya, explica o que está por trás desses testes de mísseis balísticos.
"A Coreia do Norte está demonstrando força, seriedade de suas intenções e que os vantajosos sistemas de defesa antimíssil, instalados pelos norte-americanos em território japonês, na verdade não funcionam e não são capazes de detectar lançamentos únicos e interceptar mísseis", declarou o professor.
O especialista acredita que o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, estaria tentando persuadir "os EUA a determinarem sua posição e a darem alguns passos, já que Kim não está seriamente preocupado com possibilidade de os EUA optarem por conflito militar".
"Ele está provocando os EUA para que mudem sua posição, para que, pelo menos, estejam dispostos a negociar. Por isso ele faz ser lembrado e desta vez escolheu o caminho de provocação do aliado mais próximo dos EUA, não ameaçando os próprios Estados Unidos", sublinha Toloraya.
Entretanto, ele destacou que não tem dúvidas de que um míssil norte-coreano seja capaz de atingir a ilha de Guam onde se encontra uma base militar norte-americana.