Oposição venezuelana pede 'favores ao diabo'

© REUTERS / Marco BelloManifestantes criam barricadas enquanto se reúnem contra o governo do presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, em Caracas, Venezuela, 4 de agosto de 2017.
Manifestantes criam barricadas enquanto se reúnem contra o governo do presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, em Caracas, Venezuela, 4 de agosto de 2017. - Sputnik Brasil
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De acordo com o famoso jornalista venezuelano, Jordan Rodríguez, as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos contra Caracas agravarão "a difícil situação econômica que há nas ruas" e atingirão as camadas mais pobres da população.

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O pacote de sanções, anunciado por Washington contra o governo de Nicolás Maduro e a petrolífera estatal PDVSA, gerou indignação em diversas camadas da população por piorar ainda mais a situação de preços exorbitantes de alimentos e medicamentos, ou seja, produtos da "guerra econômica" vivenciada pelo país há cinco anos, escreve o jornalista venezuelano.

"O povo sente que a situação vai piorar, por isso eu me atreveria a dizer que grande parte dos venezuelanos – por não dizer a maioria – sente que essas sanções de Trump contra algumas empresas e o governo vão cair na cabeça dos mais pobres que são os que mais estão sofrendo com o que o presidente Maduro chama de guerra econômica", apontou Rodríguez.

Segundo o jornalista, a oposição "tenta desviar a atenção dizendo que são medidas restritivas contra alguns funcionários apelidados de 'corruptos, mas evita mencionar que as diretivas de Washington colocam em cheque a PDVSA e suas filiais, 'as principais empresas do país, e as únicas que produzem divisas".

Nesse contexto, ele recordou que, desde a tomada de poder por Hugo Chávez nos finais dos anos 90, "os empresários declararam guerra contra o governo revolucionário" e os efeitos dessa postura vêm prejudicando a população que enfrenta as dificuldades para procurar alimentos e produtos de grande necessidade.

"Essas ações [anunciadas pelos Estados Unidos] têm piorado a difícil situação econômica que há na rua. Nos Andes venezuelanos as pessoas seguem fazendo fila para conseguir comida e buscando por serviços sociais que deem remédios do outro lado da fronteira para tentar resolver uma situação muito difícil", salientou.

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Para Rodríguez, nas redes sociais há muitos venezuelanos que solicitam que o governo tome medidas contra quem se reuniu para pedir uma "intervenção" dos EUA.

Entre as pessoas contra quem se exigem "ações jurídicas", Rodríguez mencionou o presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges; a ex-fiscal-geral, Luisa Ortega; o dirigente opositor Leopoldo Lopez e sua esposa; e o ex-prefeito do município de Chacao, Ramón Muchacho.

"A oposição demonstrou que, para tirar Nicolás Maduro do governo, estaria disposta a ir pedir favores ao diabo. Isso é o que está passando nesse momento e é por isso que as pessoas pedem ações concretas para o executivo" concluiu.

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