Segundo O Globo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já teria decidido anular os benefícios concedidos a Joesley e ao executivo da JBS, Ricardo Saud – que participa do áudio e que também foi ouvido nesta quinta. A mesma informação foi publicada pela Folha de S. Paulo e pelo O Estado de S. Paulo.
Janot também deve pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) nos próximos dias a prisão preventiva de ambos, e o ministro Edson Fachin, relator do caso no Supremo, estaria disposto a aceitar o pedido se existirem indícios mínimos para se tomar essa medida, noticiou O Globo.
Em seus depoimentos nesta quinta-feira, Joesley e Saud negaram que tenham sido orientados por Marcelo Miller, ex-procurador da República e um dos assessores de Janot nos trabalhos da Operação Lava Jato. Ambos disseram apenas que fizeram consultas a Miller, acreditando que os termos da delação já estavam definidos.
O ex-procurador deve prestar depoimento nesta sexta-feira, a fim de dar as suas explicações acerca do áudio. Com base neste depoimento e nos demais, Janot deve fechar questão a respeito do pedido de revogação dos benefícios e de prisão do dono da JBS e do executivo da empresa.
Por terem citado ministros do STF, Joesley e Saud correriam mais risco de prisão, sobretudo para “melhorar a imagem de Janot quando ele se prepara para deixar o cargo, no fim da semana que vem”, informou O Globo.
As próximas deliberações de Fachin sobre o caso também devem tocar na polêmica em torno da validade ou não das provas que compõem a delação da JBS. É grande a possibilidade da discussão acabar no plenário do Supremo, no qual os 11 ministros deverão apresentar os seus argumentos em favor da preservação das provas que compõem o processo.