Segundo estas, o governo sul-coreano planeja criar uma nova classe de mísseis balísticos do tipo terra-terra, que possam atingir o território da Coreia do Norte, carregando uma ogiva de até duas toneladas. O jornal chamou o projeto de "míssil Frankenstein" (Frankenmissile, em inglês).
Vladimir Kozin, especialista militar russo e professor da Academia de Ciências Militares, afirmou ao serviço russo da Rádio Sputnik que a criação de um "supermíssil" afetará o equilíbrio de forças na região e levará a uma escalada de tensão ainda maior.
"Não entendo por que [Seul] pede permissão somente aos EUA. É preciso perguntar a todos os 34 países do Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis, que proíbe entrega e venda de mísseis balísticos de mais de 500 kg a outros participantes do acordo", lembra o especialista.
"Claro que este passo afetará de modo negativo o equilíbrio de forças — Pyongyang não tardará a responder. Tudo isso aumentará a tensão não somente entre as duas Coreias, mas também entre a Coreia do Norte e os EUA", adverte o analista, prevendo que o aumento de atrito entre eles será constatado em breve.
Durante as negociações de 4 de setembro, o primeiro-ministro sul-coreano, Moon Jae-in, e o presidente norte-americano, Donald Trump, concordaram em levantar os limites de peso máximo de ogivas.
Anteriormente, a Coreia do Sul tinha restrição de peso máximo correspondente a 500 kg em ogivas de mísseis balísticos de 800 quilômetros de alcance.