"Atualmente não estamos revisando isso no nível do governo nem estamos negociando com os Estados Unidos", afirmou Kang, em declarações reproduzidas pela agência sul-coreana Yonhap. Segundo ela, o foco de Seul segue sendo a desnuclearização da península por meio da diplomacia.
A retomada do desenvolvimento e aparelhamento das Forças Armadas sul-coreanas com armas nucleares vem sendo alvo de pressões dentro do país asiático. Se antes a oposição era a voz mais ressonante quanto a isso, agora até mesmo partidários governistas pedem uma revisão das políticas do governo de Moon Jae-in para o setor.
"50 milhões de pessoas na Coreia do Sul foram tomadas como reféns pelas armas nucleares do Norte. Devemos considerar todas as opções, incluindo a readoção de armas nucleares táticas dos EUA", opinou o parlamentar oposicionista Kim Joong-ro, do Partido do Povo.
Os recentes testes balísticos conduzidos por Pyongyang, somados ao sexto teste nuclear conduzido pelos norte-coreanos há alguns dias, apenas aumentaram o temor de que um conflito armado esteja prestes a eclodir na península. Contudo, o governo sul-coreano mantém a sua estratégia.
"Nossa posição para a desnuclearização da península não mudou. Se adotarmos as armas nucleares, perderemos o nosso fundamento moral para a desnuclearização da Coreia do Norte, e é possível que todos os países do Nordeste Asiático entrem em uma corrida armamentista nuclear", disse um funcionário do governo ao jornal Korea Herald.
Nos Estados Unidos, setores da Casa Branca e do Congresso já demonstraram apoio a uma reintrodução de armas nucleares em favor da Coreia do Sul. "Deveria ser seriamente considerado", afirmou o senador republicano John McCain, em entrevista concedida no sábado à rede norte-americana CNN.
Para a ministra Kang Kyung-wha, as questões nucleares norte-coreanas se mantêm como "os maiores desafios em nossa frente de segurança e assuntos externos", e que isso "provavelmente continuará sendo assim por muitos anos", sem uma solução fácil adiante.