As informações deste anexo da colaboração fechada por Funaro foram publicadas nesta quarta-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo.
A trama entre Temer e Cunha teria acontecido quando crescia a chance de Dilma sofrer o impeachment, de acordo com o doleiro. Aliás, a relação dos peemedebistas oscilava, dependendo do "momento político", explicou Funaro.
"Na época do impeachment de Dilma Rousseff, eles confabulavam diariamente, tramando a aprovação do impeachment e, consequentemente, a assunção de Temer como presidente", afirmou Funaro, de acordo com anexo da delação.
Embora tenha dito em sua delação que não tratava de dinheiro com Temer, o doleiro afirmou que Cunha era o indicado pelo hoje presidente da República para tratar com ele dos repasses financeiros, todos de origem ilícita, segundo Funaro.
As articulações de bastidores foram mencionadas em mais de uma oportunidade por Dilma para justificar a sua queda do Planalto. O PMDB rompeu com o governo petista semanas antes do impeachment ter tido início da Câmara, a Temer foi tido como o "golpista" para os petistas.
Já o peemedebista sempre rejeitou a tese de que conspirou pela queda de Dilma, assim como vem refutando todas as acusações que o colocam em esquemas de corrupção. Nesta semana, um relatório da Polícia Federal o colocou como beneficiário de um “quadrilhão do PMDB” que já foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Especula-se que a delação de Funaro será um dos carros-chefe da denúncia que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fará contra Temer antes do fim do seu mandato à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR), em 17 de setembro.