"Estamos falando, sobretudo, dos títulos soberanos da República ou da PDVSA [empresa estatal Petróleos de Venezuela ]. Isto afeta essas transações de tipo financeiro, mas não o mercado petroleiro. Os gringos não meteram a mão na produção petroleira", afirmou.
"Não foi lançada nem a proibição nem a limitação em relação às exportações norte-americanas à Venezuela, nem às importações do petróleo venezuelano aos EUA. Assim, não impuseram nada de inconvenientes, castigos, repressões ou disciplina, absolutamente nada. Nisso não tocaram", resumiu.
Na opinião do entrevistado, essa medida tem "pouca racionalidade". Quiroz relembrou que, no início da década de 90, a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP, da qual a Venezuela participa) planejava descartar o dólar como "moeda referencial de pagamento". Depois, porém, a entidade concluiu que "não era recomendável".
Nos meados da década de 2000, quando o governo venezuelano era liderado por Hugo Chávez, a OPEP voltou a avaliar esta medida. O acadêmico relembrou que a conclusão, de novo, foi que "mudar o sistema monetário para as transações comerciais do petróleo" não era adequado.
A única forma de a PDVSA ser afetada, seria no repatriamento dos dividendos das suas filiais nos EUA, o que implicaria a perda de US$ 450 milhões.
"Os EUA não se iriam meter [com o petróleo] porque o preço da gasolina aumentaria em 24 horas, especialmente nas regiões onde a Venezuela tem suas refinarias, ou seja, em Illinois e Texas. Também não tomarão uma decisão contra as exportações dos EUA à Venezuela, isto é, 110 mil barris de óleo cru leve, 57 mil barris de gasolina e 39 mil barris por dia que compramos de componentes ou aditivos para fazer gasolina ", refletiu.