Senado argentino aprova desembarque de tropas dos EUA para exercícios conjuntos

© AP Photo / Ingo WagnerTropas norte-americanas passam através Alemanha para Leste Europeu
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Por 47 votos a favor, dois contrários e duas abstenções, o Senado da Argentina aprovou o desembarque de tropas dos Estados Unidos no país, para uma série de exercícios militares nos meses de outubro e novembro. A decisão aconteceu em 7 de setembro.

De agora com a RT en Español, agora a proposta – que conta com o aval do presidente argentino Mauricio Macri – será apreciada pela Câmara dos Deputados, que tende a também votar favoravelmente à iniciativa.

Intitulada Operação Cormorán, a atividade militar conjunta entre os dois países devem acontecer em bases aéreas e navais nas cidades de Trelew, na província de Chubut, no sul argentino, em Bahía Blanca, na província de Buenos Aires, e em zonas marítimas do país.

Segundo o texto aprovado pelos senadores da Argentina, o desembarque de tropas dos EUA no Cone Sul integra o Programa de Exercícios Militares Combinados, que incluem outro apaíses latino-americanos como Brasil, Chile e Uruguai – nações que participaram ou participarão de manobras com o Exército argentino entre setembro deste ano e 31 de agosto de 2018.

A proposta anterior não incluía os Estados Unidos, o que foi corrigido após negociações entre os dois países.

Críticas e suspeitas

Movimentos sociais não aprovaram a iniciativa de Buenos Aires. Para a Central de Trabalhadores da Argentina Autônoma da Província de Río Negro, não é coincidência que exercícios com tropas norte-americanas aconteçam em Chubut, mesma localidade em que o ativista Santiago Maldonado desapareceu há mais de um mês.

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Segundo Rodolfo Aguiar, dirigente da entidade, as tropas dos EUA chegam ao país para ˜defender os interesses dos Lewis e dos Benetton”, em referência aos donos de terras que são solicitadas por tribos indígenas argentinas – Maldonado desapareceu em um dos protestos acerca do tema, após um confronto com a polícia local.

De acordo com a RT em Español, a participação dos EUA foi uma sugestão da Marinha estadunidense, em janeiro deste ano, por meio de uma carta. Nela, os oficiais norte-americanos ofereciam enviar aviões “com a finalidade de trocar experiências”. Contudo, o documento chegou ao Parlamento argentino em 28 de agosto, quase um mês após do desaparecimento do ativista.

Entidades críticas ao governo Macri cobram maior transparência da Casa Rosada quanto aos reais interesses por trás das manobras militares com participação dos EUA na Argentina.

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